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Um milhão protestaram em Paris contra reforma trabalhista, segundo sindicatos

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Pelo menos 40 pessoas ficaram feridas nesta terça-feira (14) durante uma grande manifestação contra a reforma trabalhista do governo de François Hollande. O protesto, convocado pelas principais centrais sindicais do país, acontece em meio a várias greves, em plena Eurocopa e um dia após o assassinato de um casal de policiais por um extremista nos arredores de Paris.

Um milhão de pessoas foram às ruas em Paris, segundo três sindicatos organizadores (CGT, FO e Solidaires). A polícia fala em 75 mil a 80 mil participantes.

Confrontos entre centenas de pessoas encapuzadas e forças de ordem começaram logo no início do cortejo, que saiu da Place d’Italie em direção ao bulevar des Invalides. Houve destruição de lixeiras e vitrines quebradas. A polícia usou gás lacrimogênio e até um canhão d’água para conter a multidão, que atirava pedras arrancadas de muros e pedaços de pau contra os agentes.

Ao longo dos muros do bulevar des Invalides, manifestantes picharam frases como “sonho geral” (um jogo de palavras com “greve geral”), “glória ao povo” ou “bando de colaboradores”.

Mais de 40 foram presos para interregatório

O hospital infantil Necker teve pelo menos 15 janelas destruídas, deplorou a administração hospitalar municipal. Segundo a polícia, 42 pessoas foram presas para interrogatório. Além disso, 29 policiais e 11 manifestantes ficaram feridos.

A repórter Sarah Bazin colheu depoimentos de manifestantes:

Jean-Jacques: “Achamos que esta lei é vergonhosa. Como é que um partido que se diz de esquerda é capaz de produzir uma lei tão degradante? Infelizmente acho que o governo é composto de autistas que não nos escutam, que não ouvem o que diz o povo francês. Isso é um grande problema, pois a violência pode aumentar, infelizmente. Aparentemente as manifestações pacificas não funcionam mais. Os governantes continuam em sua lógica destruidora do nosso direito social”.

Huguette: “Não entendemos porque Hollande está tão teimoso. Ele está ferrado, nunca mais ele vai voltar ao poder. Nunca mais. A rua é contra ele. É um mentiroso”.

Vincent (ferido na cabeça): “Não sei o que aconteceu, levei uma golpe de cassetete por trás. Sou um pai de família, estou aqui para reivindicar os direitos de minha filha, os nossos direitos. Vim da Auvergne, a 400km daqui, estamos aqui para defender os nossos direitos e a policia não nos respeita e nos ataca. O que estamos vivendo hoje na França não é uma democracia.”

Projeto de lei está em discussão no Senado

Os sindicatos protestam contra um ambicioso projeto de reforma trabalhista lançado pelo governo socialista, que tem como meta principal tentar reduzir o desemprego no país. No entanto, as mudanças apresentas tocam em alguns pontos polêmicos para a esquerda e para os sindicatos, como a duração da carga semanal de trabalho de 35 horas e a flexibilização da demissão por razões econômicas.

Se por um lado os empregadores defendem a reforma e argumentam que a atual legislação protege demais os funcionários, o que inibe as contratações, os críticos do projeto estimam que algumas das medidas do texto, como a instauração de um teto das indenizações para as demissões, são retrocessos sociais que, não necessariamente, resultariam em criação de mais postos de trabalho.

Fonte: RFI (Radio France Internationale)
Foto: REUTERS

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Comentários

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  1. Mauricio disse:

    Qual a posição sobre o caso francês?
    Solidariedade de classe?

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