A INTERSINDICAL Central da Classe Trabalhadora, nos dias 27 e 28 de janeiro, em reunião de sua Direção Nacional, debateu os principais temas da conjuntura atual e suas consequências para a classe e o conjunto do povo brasileiro.
A Intersindical é contundente em afirmar que a trama golpista é contra o povo brasileiro e não esta dirigida unicamente a um político ou partido.
O golpe é o método pelo qual se retira direitos das maiorias e amplia privilégios e rendimentos das elites políticas e econômicas.
A Intersindical afirma, ainda, que é possível derrotar o golpismo, e que, para tanto, a classe trabalhadora terá de estar mobilizada para o combate nas ruas, nos locais de trabalho e moradia.
A próxima batalha será para defender a Previdência Social contra a “deforma” proposta pelo Governo Temer. E nossa arma será a Greve Geral a ser convocada para as próximas semanas.
Leia abaixo a resolução da Direção Nacional da Intersindical:
O golpe contra a classe trabalhadora, que vem desmontando os direitos sociais e o Estado, acelerou profundamente nos últimos dias com a tentativa do judiciário golpista de intervir no processo eleitoral de 2018.
Para impor o fim da aposentadoria, acelerar a destruição dos direitos trabalhistas, a entrega da Eletrobrás, do Pré-sal e das demais riquezas estratégicas do país para as multinacionais, os mesmos setores que articularam o golpe de 2016 buscam agora cassar os direitos políticos do presidente Lula para impedir sua candidatura. Ao tempo em que preserva Temer, Alckmin, Aécio e todas forças políticas diretamente ligadas ao grande capital, a ditadura da toga acelera sua ação golpista para cassar o voto e a soberania popular.
A seletividade do judiciário contra os pobres, os trabalhadores e os setores populares é histórica. Hoje ela se torna mais explícita contra Lula e seu direito de ser candidato. Tudo é feito para tentar definir o resultado das urnas, a exemplo da condenação sem provas do ex presidente. Além disso, o tempo recorde em que foi realizado o julgamento, subordinado ao calendário eleitoral, demonstra que o que está em curso no país não é um processo de investigações, mas sim, uma sucessão de manobras para manter a continuidade da agenda de retrocessos sociais.
Para a Intersindical, o direito de Lula ser candidato é uma questão democrática que deve ser defendido por todas as forças populares do país, principalmente da esquerda. Essa luta deve ter caráter amplo e não deve ser confundida como adesão ao projeto petista. A garantia dos interesses populares, como a aposentadoria, os direitos trabalhistas e o serviço público, dependem da luta direta da classe trabalhadora, da ativa participação popular, mas também da garantia de eleições diretas e sem tapetão em 2018.
Temer e os partidos que compõem o condomínio golpista, como o MDB, PSDB, DEM, PSD etc são a representação política do capital financeiro. Por isso, realizam um conjunto de contrarreformas para transferir mais renda pública e do trabalho para os bilionários, como as reformas trabalhista e previdenciária, terceirização, desmonte do serviço público, privatizações, desnacionalização, juros altos, perdão de dívidas de banqueiros. O altíssimo desemprego, que leva milhões ao desespero e desalento, é utilizado para reduzir salários e dificultar a luta organizada da classe trabalhadora. No campo, os trabalhadores sofrem com o fim das políticas de apoio à agricultura familiar, como a comercialização dos seus produtos. A economia popular sofre com o processo de desindustrialização.
O resultado dessa agenda de desmonte leva ao empobrecimento acelerado de milhões de pessoas, ao aumento das desigualdades, epidemias como a febre amarela, aumento da população sem casa pra morar, aumento da violência no campo e nas cidades, que vitima principalmente jovens negros, mulheres, LGBTs, indígenas e o povo pobre do nosso país. A tudo isso, soma-se o aumento do custo de vida, da gasolina, do gás, transporte público, da conta de luz etc. A existência da fome num pais que é o maior produtor de alimentos do mundo demonstra o caráter de uma elite nefasta, contrária ao povo pobre e à classe trabalhadora.
Enquanto isso, Temer compra votos dos parlamentares para aprovar reformas e se manter na presidência. Por tudo isso, Temer é o governo mais odiado da história do Brasil.
Diante da gravidade desse quadro, a Intersindical Central da Classe Trabalhadora entende que o caminho, mais que nunca, é o da luta direta e da mais ampla unidade dos setores populares. É possivel derrotar o golpe e sua agenda. Para isso, é preciso unir o povo e todas as forças democráticas e progressistas que não aceitam o golpe e sua agenda de desmontes.
Nos próximos dias, todas as forças populares, em particular o movimento sindical, as frentes de mobilização, os partidos e demais organizações, devem intensificar o diálogo, a organização e a preparação da maior greve geral da história do Brasil. Mais que uma mobilização sindical, é necessário amplas e massivas lutas envolvendo todo o povo trabalhador, radicalizando as ações de massas em defesa da previdência pública e demais direitos sociais. Além da greve geral, é fundamental intensificar a pressão sobre deputados e senadores no congresso, nas bases eleitorais, nos aeroportos e nas ruas, transformando inclusive o carnaval em palco de defesa da aposentadoria. Que fique claro: quem votar a favor da reforma das aposentadorias nunca mais vai ter o voto do povo trabalhador.
A luta em defesa da democracia é parte dessa resistência social e política para barrar o golpe e sua agenda.
A resistência à implementação da deforma trabalhista para garantir os direitos estabelecidos na Constituição e na CLT, é tarefa cotidiana das trabalhadoras e trabalhadores e suas entidades. Não aceitaremos jamais o desmonte dos direitos, da justiça do trabalho e da possibilidade de organização sindical e política da classe trabalhadora. Além da resistência cotidiana, é fundamental um forte movimento, inclusive nas eleições, para revogação do texto inconstitucional da deforma trabalhista e de todas as medidas regressivas adotadas pelo golpismo.
A defesa de empregos com direitos para todos/as e as demais lutas de resistência devem ser articuladas à defesa de um programa de reformas populares, cujos principais eixos foram apontados pela Plataforma Vamos. Será com enfrentamentos políticos ao capital financeiro, ao poder do monopólio da mídia e ao imperialismo que poderemos mudar a realidade brasileira. O rentismo é a tábua de salvação dos interesses da minoria endinheirada do nosso país. Por isso, não se pode alimentar ilusões com os setores da burguesia. O fundamental é a organização, participação e luta social de massas em defesa de um país democrático, igualitário, com justiça social e soberania popular.
São Paulo, 28 de janeiro de 2018
Direção Nacional da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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