intersindical

Aty Guasu vê em PEC 71 reparação aos fazendeiros, mas e aos povos indígenas?

Imagem:
Comentar
Imprimir

Nota pública de Aty Guasu do grande povo Guarani e Kaiowá aos poderes do Estado brasileiro. Nós, povos indígenas, reivindicamos indenização e reparação

Com a aprovação da lei federal (PEC 71/2011) da regularização de compra e venda das terras indígenas, mais uma vez as lideranças de Aty Guasu Guarani e Kaiowá exigem aos poderes do Estado brasileiro uma política de indenização e reparação justas aos povos indígenas massacrados sobreviventes. Pedimos reiteradamente aos poderes do Estado brasileiro a apreciação urgente de uma política compensatória aos povos indígenas por vender as terras indígenas e por permitir a expulsão violenta dos indígenas de suas terras, por trabalhos escravos indígenas, por financiar a destruição total da floresta e rios, por permitir as ações de genocídio, etnocídio, extermínio e violências permanentes contra os povos indígenas. Demandamos aos sistemas do Estado brasileiro uma medida indenizatória e compensatória urgente aos povos indígenas massacrados pelos danos morais, culturais e materiais sofridos desde XX que perduram até os dias de hoje setembro de 2015, no século XXI.

Em geral os povos indígenas do Mato Grosso do Sul foram massacrados e expulsos de seus territórios tradicionais no processo de criação das fazendas sobre os territórios indígenas. Lutamos firme e morremos pela recuperação das parcelas de nossas terras.

É importante se compreender, em primeiro lugar que entre as décadas de 1920 e 1980, o governo do Brasil passou a doar ou vender as terras indígenas aos particulares/fazendeiros, permitindo a invasão e exploração das terras indígenas. Os fazendeiros começaram a escravizar os indígenas e exploraram a mão de obra indígena na derrubada da floresta, formação das fazendas e na usina de álcool, etc. Em meados de 1980, após formação das fazendas, os indígenas foram expulsos de suas terras, despejados e largados nas beiras das estradas. É assim ocorreu história de expulsões indígenas e expropriação das terras indígenas no atual de Mato Grosso do Sul-Brasil.

De fato, desde 1980, os indígenas Guarani e Kaiowá expulsos de suas terras, sem mais espaço de terra para produzir os seus alimentos começaram a sofrer miséria e fome. Os indígenas tornaram se vulneráveis e instáveis.

Suicídio

Suicídio Guarani e Kaiowá começou em meados de 1980 após os indígenas expulsos de suas terras e despejadas nas Reservas/Postos Indígenas.

De fato, desde 1980 até hoje 2015, tanto na margem da rodovia quanto nas pequenas ilhas de terras, denominada de aldeia/reserva indígena, mais de 1.000 Guarani e Kaiowá praticaram o suicídio.

Trabalho escravo

Em1990 mais de 10.000 (dez mil) indígenas Guarani e Kaiowá foram submetidos ao trabalho escravo e degradante na corte de cana de açúcar, na usina de álcool.

Hoje, mais de 20.000 (vinte mil) homens desde 1980 foram e são explorados e escravizados na usina de álcool. No final de 1990 começou ataque genocida e terrorista às comunidades Guarani e Kaiowá e lideranças foram ameaçadas e assassinadas, promovidas pelos fazendeiros.

A partir de 1980, no contexto da luta pela recuperação e demarcação das terras indígenas mais de 10.000 (dez mil) comunidades Guarani e Kaiowá foram atacadas e massacradas a tiro pelos fazendeiros, permitido pelo governo federal e justiça brasileira. Diante desses fatos relatados pedimos ao Estado brasileiro uma política de reparação e indenização justa pelo comércio das terras indígenas, pela expulsão dos povos indígenas de suas terras indígenas tradicionais, pela destruição da floresta e, sobretudo pelo massacre, genocídio e violências contra os povos indígenas em andamento promovidos pelos fazendeiros. Nessas lutas contamos com compreensão e apoio de todas as organizações das sociedades nacionais e internacionais.

Tekoha Guasu Guarani e Kaiowá, 10 de setembro de 2015.
Lideranças de Aty Guasu do grande povo Guarani e Kaiowá

Tópicos relacionados

Imprima:
Receba nossos alertas em seu e-mail. Sem spams.

Comentários

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    INTERSINDICAL Central da Classe Trabalhadora | 2014-2024. Sede Nacional: Rua Riachuelo, 122 - CEP: 01007-000 | Praça da Sé - São Paulo - SP | Fone: +55 11 3105-5510 | E-mail: [email protected] Sindicatos e movimentos sociais. Permitida a reprodução dos conteúdos do site, desde que citada a fonte. Esse site é protegido por reCAPTCHA. Políticas de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam
    intersindical
    Pular para o conteúdo