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Bancários rejeitam proposta de 7,5% de reajuste e retirada do abono

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A greve nacional vai para seu 16º dia nesta quarta-feira, 21, depois dos banqueiros oferecerem um reajuste de 7,5%, abaixo da inflação (9,88%). Negociação continua nesta quarta-feira.

A Fenaban apresentou uma proposta de reajuste salarial abaixo das reivindicações da categoria, na primeira rodada de negociação depois do início da greve, realizada na tarde desta terça-feira (20) no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. A proposta foi de 7,5% reajuste salarial sem abono.

O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na mesa, reafirmou a intenção de discutir aumento acima da inflação e orientou a categoria que a greve continua. A Fenaban pediu para que as negociações prossigam nesta quarta, dia 21. 

 “O índice de 7,5% continua insustentável e além de ser abaixo da inflação não repõe as perdas salariais dos últimos anos impostas aos funcionários do BB e Caixa”, afirma Ricardo Saraiva Big, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.

Setores com lucros menores pagaram acima da inflação

Outros setores da economia, com lucros muito menores e sem comparação aos dos bancos – e em alguns casos apresentaram prejuízos –, pagaram aumento acima da inflação aos seus trabalhadores, como mostra balanço das campanhas salariais do primeiro semestre, realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística de Estudos Socioeconômicos).

O Comércio, por exemplo, que registrou quedas no faturamento e nas vendas no primeiro semestre do ano, fechou 76% de seus acordos com reajuste acima da inflação para os funcionários. No setor de Serviços, que também sofreu perdas, os ganhos acima da inflação foram observados em 74% dos acordos. E a Indústria, outra área com recuos no desempenho, fechou 61% das campanhas com reajustes acima da inflação nos primeiros seis meses do ano.

Na indústria um caso é dos metalúrgicos, que estão em campanha e têm a mesma data base dos bancários: 1º de setembro. Apesar de sofrerem diretamente os efeitos da queda na venda de automóveis e caminhões, dezenas de empresas do ABC paulista ofereceram aos seus empregados a garantia do índice que recompõe pelo menos a inflação do período, de 9,88%.

O setor químico de São Paulo, também propôs aos seus empregados a correção dos salários pelo percentual equivalente à variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período de novembro de 2014 a outubro de 2015, que deverá girar em torno de 10%. A data-base da categoria é 1º de novembro.

O Dieese considerou 302 unidades de negociação, privadas e estatais. Desse total, 69% resultaram em reajustes acima da inflação, 17% foram iguais à inflação do período e somente 15% foram abaixo.

Mais de R$ 36 bilhões de lucros liquídos!

Os banqueiros possuem condições para atender as reivindicações. Porque exploram a população cobrando 403,5% ao ano no cartão de crédito, 253,2% ao ano no cheque especial, tarifas exorbitantes a custa da miséria do trabalhador. Os cinco maiores bancos que atuam no Brasil lucraram R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre, conforme dados do Dieese.

Principais reivindicações da Campanha Salarial 2015

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de reposição de perdas salariais)

PLR: 3 salários mais R$7.246,82 

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós. Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários. 

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos e região

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