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Campanha alerta para a realidade do trabalho escravo no Brasil

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Flagrantes captados em operações de resgate evidenciam condições degradantes, de norte a sul do país

Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (28 de janeiro), o Ministério Público do Trabalho lançará em Fortaleza, na próxima segunda-deira, a campanha nacional “Baseado em Fatos Surreais”. São mais de 20 peças publicitárias, entre vídeos, spots, anúncios para revistas, outdoor, busdoor e conteúdo direcionado às redes sociais.

As imagens de trabalhadores explorados em condições degradantes de norte a sul do país provocam reflexão. “O objetivo é mostrar que a realidade existente é surreal, como é surreal também a opinião de quem nega essa realidade”, explica o procurador no MPT-CE Carlos Leonardo Holanda Silva.

As imagens da campanha são assinadas pelos fotógrafos Sérgio Carvalho – auditor fiscal que registrou situações subumanas de trabalho em operações de resgate realizadas em todo país, em diferentes atividades – e de Ricardo Oliveira, vencedor do Prêmio MPT de Jornalismo por retratar homens e mulheres da região norte do Amazonas, no extrativismo das fibras de piaçava no Rio Negro. Entre 2007 e 2017, operações fiscais resultaram no resgate de mais de 27.500 trabalhadores no Brasil, segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo.

No Ceará, o lançamento da campanha será dia 29 de janeiro, no Shopping RioMar Fortaleza, que apresenta aos visitantes parte do acervo fotográfico presente nas peças publicitárias, na exposição “Sobre o peso das correntes nos teus ombros”. Além de sensibilizar a população acerca do tema, a iniciativa busca estimular denúncias sobre trabalho escravo. Unidades do MPT em outros Estados da federação mobilizam-se no sentido de ampliar a abrangência da campanha com apoio dos grupos de comunicação.

O procurador Carlos Leonardo destaca a importância da iniciativa, diante das recentes ameaças ao combate do trabalho escravo contemporâneo. “A ideia é questionar justamente a miopia seletiva de alguns discursos, que tentam limitar o conceito de trabalho escravo àquele que existiu entre os séculos XVI e XIX”, contextualiza. “Tal entendimento contraria os avanços das últimas décadas, quando o Brasil virou referência internacional exatamente porque, de maneira pioneira, ampliou o olhar sob as novas modalidades de exploração”, enfatiza.

Fonte: MPT


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