INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
A privatização da Companhia Energética de Goiás (Celg) já tem data informal marcada: 19 de novembro. João Maria de Oliveira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg), afirma que os sindicatos, movimentos populares e centrais sindicais que realizam articulações políticas de enfrentamento e resistência trabalham para prorrogar esse prazo o máximo possível.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, não confirma a data (que circula informalmente nos corredores das autarquias públicas de Goiás), mas afirma que a privatização da Celg ocorrerá sim, ainda este ano.
O processo só está em fase de espera porque depende da avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU), sobre a renovação ou não das concessões do setor elétrico. O parecer do TCU sai ainda neste mês de setembro.
“O governo de Goiás defende a privatização da Celg para enterrar os crimes administrativos e políticos cometidos dentro da empresa. Defendemos a manutenção pública para que os responsáveis pela dívida e pelo sucateamento da empresa possa ir para a cadeia”, afirma João Maria de Oliveira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg).
Enfraquecer para privatizar
O desmonte na Celg já vem sendo promovido desde 2000 no governo tucano de Marconi Perillo.
“Em 2000, a Celg tinha 5000 trabalhadores efetivos, hoje possui apenas 1900. Nesse período realizaram PDVs milionários para que os trabalhadores aderissem e praticaram a terceirização. Mais de 50 empresas prestam serviços de baixíssima qualidade hoje para a Celg. Muitos pais de família morreram e continuam morrendo em acidentes fatais com terceirizados que não estavam devidamente qualificados, a dívida da empresa deu um salto monstruoso e os investimentos não foram feitos”, afirma João Maria.
Como consequência, a estatal foi eleita em 2014 a pior distribuidora de energia do país pelo segundo ano consecutivo.
O ministro Eduardo Braga alega que a Celg precisa ser privatizada para aliviar a pressão sobre o caixa da Eletrobras, que, por última análise, é o Tesouro, da ordem de R$ 80 milhões/mês de prejuízo.
Ministro admite planos de privatização geral em 2016
De acordo com Eduardo Braga, “2016 vai ser um ano de muitas ações na Eletrobras”. “Vamos fazer a Celg, a primeira este ano [2015], a partir do momento em que aprovarmos no Tribunal de Contas, e aí vamos seguir com o plano nacional de desinvestimento”, admitiu o ministro à Agência Brasil. “Este ano não dá nem tempo para privatizar as outras”, disse ele.
Algumas mudanças, segundo Eduardo Braga, “já acontecem de forma silenciosa, como reengenharia de gestão, análise de contratos e de investimentos”.
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