Passadas as eleições, o governo golpista de Michel Temer já anunciou que vai pautar sua proposta de Reforma da Previdência, ou seja, de fim da aposentadoria pública. Os trabalhadores já barraram a primeira tentativa de votação, em abril, quando o país foi parado com a maior greve geral dos últimos anos. Caso volte à pauta, as oito centrais sindicais brasileiras já fecharam questão, em reunião na manhã de hoje (02): “se botar para votar, o Brasil vai parar de novo!”.
O projeto de Temer e das forças do golpe é aumentar o tempo de contribuição para 40 anos e aumentar a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. Na prática, é para acabar com a aposentadoria pública e botar o povo para trabalhar até morrer. Os maiores beneficiados serão os bancos, lobistas pelo fim da aposentadoria pública, que querem aumentar seus lucros bilionários com planos de previdência privada. Nesse esquema, só se aposenta quem pode pagar.
Para o Secretário Geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, é preciso apostar na mobilização desde já. A unidade das centrais sindicais é fundamental para organizar a resistência e se antecipar aos golpistas. A decisão conjunta é de não aceitar “qualquer proposta de reforma que fragilize, desmonte ou reduza o papel da Previdência Social Pública”.
O recado das centrais vai direto ao governo Temer e aos atuais deputados federais e senadores. “Em 2017, fizemos uma Greve Geral que mobilizou mais de 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em defesa da aposentadoria. Se o governo insistir em atacar a Previdência Social Pública, o Brasil irá parar mais uma vez”, afirma a nota unitária.
Neste momento eleitoral, os candidatos também não podem passar ilesos. Paulo Guedes, assessor econômico e “posto Ipiranga” de Bolsonaro, já anunciou que concorda com a reforma da previdência de Temer. O próprio “coiso” também disse que o “trabalhador vai ter que escolher entre emprego ou direitos”. A Intersindical e as demais centrais rechaçam a candidatura do ex-militar. Com discurso violento e autoritário, Bolsonaro apresenta uma agenda ultraliberal para acabar com o que resta de direitos trabalhistas e sociais.
Além da Intersindical, participaram da reunião representantes da CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSB, NCST e CSP Conlutas. Após o primeiro turno das eleições, as centrais sindicais devem voltar a se reunir para organizar a defesa da aposentadoria e dos demais direitos da classe trabalhadora.
Confira nota na íntegra:
Se botar para votar, o Brasil vai parar!
Reunidas nesta terça-feira, 2 de outubro, as Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, CSP-Conlutas e Intersindical reafirmaram sua posição contrária a qualquer proposta de reforma que fragilize, desmonte ou reduza o papel da Previdência Social Pública.
Em 2017 fizemos uma Greve Geral que mobilizou mais de 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em defesa da aposentadoria. Se o governo insistir em atacar a Previdência Social Pública, o Brasil irá parar mais uma vez.
Não aceitaremos que a classe trabalhadora pague mais outra vez a conta. Não aceitaremos o desmonte e a entrega da Previdência Social para o sistema financeiro.
A sociedade deseja paz, liberdades democráticas, segurança e respeito aos seus direitos, que só virão com a garantia do emprego, salário digno e do acesso a direitos fundamentais, como saúde, educação e aposentadoria digna.
São Paulo, 2 de outubro de 2018.
Vagner Freitas, Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Miguel Torres, Presidente Interino da Força Sindical Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Adilson Araújo, Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
José Avelino (Chinelo), Presidente Interino da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
José Calixto Ramos, Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)
Edson Índio, Secretário Geral da Intersindical
Atnagoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS
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