Foi lançado, em São Paulo, o Coletivo Paulo Freire por uma Educação Democrática. O coletivo, encabeçado pela deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), conta com o apoio de pensadores, educadores e pessoas ligadas aos movimentos na defesa da Educação. O objetivo do grupo será ir além do debate e discussão de estratégias para defender o título de Patrono da Educação de Paulo Freire, que vem sofrendo pressão de grupos conservadores para que seja revogado no Senado Federal.
O Coletivo Paulo Freire, que também conta com a participação de Anita Freire, viúva de Paulo Freire, pretende fazer frente ao avanço do conservadorismo e do retrocesso que tem dominado a pauta nacional, desde o golpe impetrado em 2016, contra uma presidente legitimamente eleita e que encontra na figura de Paulo Freire, por seu compromisso primordial com a emancipação das classes trabalhadoras, e desejando-lhe a revogação do título de Patrono da Educação Brasileira, o rompimento com as bases estruturantes para a construção de uma sociedade livre, emancipadora e humana.
A iniciativa de revogar o título de Paulo Freire foi lançada por Stefanny Papaiano, blogueira e ativista digital ligada a grupos de extrema direita, por meio de uma consulta popular on-line – abrigada na página “Ideia Legislativa”, do portal do Senado Federal – cujo objetivo é a cassação do título de “Patrono da Educação Brasileira” conferido ao mestre Paulo Freire; as propostas disponíveis nessa página do Senado, ao receberem mais de 20 mil apoiamentos, tornam-se “sugestões legislativas” para serem debatidas pelos senadores. A consulta popular que visa a cassação do título de Paulo Freire já ultrapassa esse número.
O enfrentamento se dará no âmbito do Congresso Nacional, mas também será feito nas ruas, junto à sociedade e com o apoio do povo.
O deputado Rogério Marinho – que foi relator do desastroso projeto da Reforma Trabalhista – tem se dedicado, nas últimas semanas, na promoção de uma iniciativa não menos impiedosa: tirar de Paulo Freire o título de Patrono da Educação, cuja homenagem, prestada pelo povo brasileiro a um dos maiores mestres da educação do Brasil e do mundo, se deu na forma da Lei nº 12.612/12, de autoria da deputada Luiza Erundina.
Rogério Marinho afirma, por meio de um artigo divulgado em suas redes sociais, que a educação brasileira é, por concepção, ruim e precária, sob o fraco argumento de que o sistema de ensino sofre uma negativa e permanente influência do que ele chama de “demagogia política”. O parlamentar atribui ao professor Paulo Freire, (a quem se refere no título de seu artigo como “Patrono do Fracasso”) e seu método de alfabetização, a responsabilidade pela “doutrinação marxista” instalada nas metodologias de ensino. É difundida por ele a ideia de que “abandonou-se a pedagogia para a formação de militantes”, como sendo um dos motivos pelos quais a educação do país apresenta baixos índices se comparada com outras nações.
Soma-se a essa iniciativa do parlamentar, a violenta campanha do movimento Escola Sem Partido, que conta com ampla e voluntária participação dos segmentos mais reacionários da sociedade.
Fonte: Revista Fórum / Foto: Commons
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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