As empresas Aliperti, Cobrasma, Volkswagen, Metrô, Embraer e Codesp terão que explicar a postura tomada durante o período de repressão no Brasil. Documentos e depoimentos colhidos mostram relação íntima entre as fábricas e os órgão de repressão.
Exemplos dessa relação são a livre circulação da Polícia Militar dentro da Aliperti, na zona Sul de São Paulo, comum nas décadas de 60 e 70. Também a diretoria da Cobrasma, fábrica de Osasco, enviou em 1965 ao Dops (Departamento de Ordem Social e Política) dados de trabalhadores. Metalúrgicos da Volkswagen em São Bernardo do Campo foram à época presos e interrogados dentro da fábrica. Metroviários de São Paulo foram demitidos após greve em 1983. A direção da Embraer determinou a intervenção da polícia da Aeronáutica, que invadiu a empresa para reprimir o movimento na greve de 1984, em São José dos Campos. Relatórios dos órgão de repressão evidenciam que os trabalhadores da Codesp, de Santos, eram vigiados constantemente. Além desses, há outros indícios da cooperação das empresas com a perseguição e repressão aos trabalhadores e trabalhadoras.
As informações foram colhidas para o capítulo do relatório da Comissão Nacional da Verdade sobre perseguição aos trabalhadores na ditadura civil-militar.
Desde o início deste ano, militantes, entidades de ex-presos políticos, centrais sindicais, sindicatos, centros de documentação, comissões e comitês da verdade, formam o chamado Fórum dos Trabalhadores e Trabalhadoras, por Verdade, Justiça e Reparação.
As duas audiências acontecerão durante o dia todo. Cada empresa será escalada para participar da atividade em um horário específico (veja na tabela abaixo)
Programação:
27 de fevereiro (sexta-feira)
09:00 – 10:00 – ABERTURA
10:00 – 12:00 – ALIPERTI
12:00 – 13:00 – INTERVALO
13:00 – 15:00 – COBRASMA
15:30 – 18:00 – VOLKSWAGEM
02 de março (segunda-feira)
09:00 – 10:00 – ABERTURA
10:00 – 12:00 – METRÔ
12:00 – 13:00 – INTERVALO
13:00 – 15:00 – EMBRAER
15:30 – 18:00 – CODESP
*Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas – Projeto Memória da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo
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