Contra a privatização, Bancários de Santos paralisam agência da Caixa

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Polícia Militar tentou intimidar sindicalistas e jornalistas

Os empregados da Caixa Econômica Federal e a diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região paralisaram a Caixa Econômica Federal nesta segunda-feira, 23, até as 12h, como forma de protesto contra a abertura do capital do único banco 100% público do país na bolsa de valores.

A data é simbólica porque, hoje, é o dia que a nova presidente da instituição toma posse, a ex-ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. A concentração se deu na agência centro de Santos, Gal. Câmara, 09.

atocaixa-3511pA partir das 7h, a diretoria do Sindicato chegou na agência para colocar cartazes e distribuir panfletos. Tudo transcorria tranquilo quando, às 8h40, chegam os policiais militares e iniciaram o processo de intimidação dizendo aos sindicalistas que todos iriam presos e já haviam solicitado um ônibus para levá-los à delegacia.

Não contentes, os PMs também tentaram cercear o trabalho dos repórteres do Sindicato, que faziam seu trabalho normal de filmar e fotografar os fatos relacionados a paralisação. Os dois jornalistas foram chamados até a viatura e os PMs anotaram seus dados pessoais numa tentativa de intimidação.

De acordo com Ricardo Saraiva Big, Presidente do Sindicato, “é um absurdo pegarem os nomes dos profissionais. Eles estavam apenas fazendo o trabalho deles. Sem contar que vieram cinco viaturas para atender a ocorrência, como se fosse algo de extrema urgência ou perigo para a população”.

Dilma trai bancários


A presidente Dilma (eleita pelas forças partidárias de esquerda, os movimentos sindicais e sociais deste país) deu mais uma guinada à direita e tem como objetivo privatizar parte da Caixa da Econômica Federal, abrindo o capital do banco na bolsa de valores, como faria Aécio Neves. O Sindicato dos Bancários de Santos e Região, filiado à Intersindical-Central da Classe Trabalhadora, repudia com veemência a abertura do capital do maior banco público da América Latina.atocaixa-3562p

A Intersindical e a diretoria do Sindicato sempre estiveram engajadas para que os bancos públicos como a Caixa e Banco do Brasil façam seu papel social atuando na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do País, como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro. É um crime empurrar o banco para o mercado financeiro e privatizá-lo, desviando bilhões do bolso dos trabalhadores para especuladores da bolsa.

“Claro que isso é um dos objetivos do ex-banqueiro do Bradesco e novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que está defendendo os interesses do mercado financeiro e não dos trabalhadores”, realça Ricardo Saraiva Big, Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e Secretário de Relações Internacionais da Intersindical.

Vejam no que os especuladores vão colocar as mãos se houver a abertura do capital: a Caixa patrocina o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES). Repassa recursos das loterias para projetos sociais e instituições subordinadas ao Governo federal atuando na área de esportes, seguridade social, educação, cultura e segurança penitenciária.


O banco centraliza operações como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Programa de Integração Social (PIS) e Habitação popular (Programa de Arrendamento Residencial – PAR, Carta de Crédito, FGTS, entre outros). É agente pagador também do Bolsa Família, programa de complementação de renda do Governo Federal e do Seguro-desemprego.

Atua ainda no financiamento de obras públicas, principalmente voltadas para o saneamento básico, destinando recursos a estados e municípios. Também faz a intermediação de verbas do Governo federal destinadas ao setor público. Acima de tudo, a Caixa Econômica Federal é um órgão público controlado pelo Tesouro Nacional da República Federativa do Brasil.

Segundo relatou a nova equipe econômica de Dilma (dia 22/12, à Folha de São Paulo), o projeto seria fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) daqui a um ano e meio aproximadamente, pois antes da operação, o banco teria de passar por um PROCESSO DE SANEAMENTO.  

“Vamos continuar lutando contra as privatizações que durante toda a história do Brasil vem levando a população e os trabalhadores para a miséria e para a subserviência ao capital”, avisa Big.

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