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Deflagrada greve no IBGE: Recenseadores param por melhores condições de trabalho

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Neste 1° de setembro, foi deflagrada a Greve Nacional dos Recenseadores do IBGE. Trabalhadoras e trabalhadores do Censo 2022 reivindicam condições básicas de trabalho e denunciam quebra de contrato por parte do IBGE a pouco mais de um mês do início do recenseamento.

Após dois anos de atraso, sabotagem do governo e cortes de verbas para a sua realização, nos últimos trinta dias, deu-se início à etapa de coleta de dados do Censo 2022. A realização do Censo Demográfico é uma vitória e só veio a acontecer devido a determinação do STF. Por razões óbvias, o atual governo não pretendia realizá-lo, porque trará à tona o tamanho da crise social a que o país está submetido.

Aproximadamente 200 mil recenseadoras e recenseadores percorrem o país, de casa em casa, construindo um retrato do Brasil do “pós-pandemia” e das reformas neoliberais que retiraram direitos e ampliaram a miséria e a fome em todo país.

As mazelas da classe trabalhadora em geral, em especial a perda de direito e renda nos últimos anos, atingiu em cheio o pessoal do IBGE, em especial as equipes de recenseamento, que são contratadas temporariamente para a coleta de dados.

 A “uberização” atingiu estes trabalhadores cujo recebimento de parte do salário é vinculada a produção e metas estabelecidas pelo IBGE. Ainda ocorrem denúncias de atraso nos pagamentos, desligamento sem justa causa de recenseadores, e meta abusivas de trabalho.

Além disso, o Censo 2022 é sabotado pelo governo, que não repassou verba adequada para publicidade, medida indispensável para informar a população sobre a importância da coleta de dados e com isso facilitar o trabalho de campo. A população brasileira simplesmente não sabe que está ocorrendo o censo. 

Diante disso, recenseadoras e recenseadores organizaram um movimento na categoria chamado UNIÃO NACIONAL DOS RECENSEADORES, que se organizam pelas redes sociais e locais de trabalho com o objetivo de garantir as condições decentes de trabalho para a categoria. 

O movimento lançou um manifesto nacional com as seguintes reivindicações:

1) correção das taxas que estão desatualizadas (a taxa geral de Goiânia é 6 e 7);

2) Aumento de 50% para 80% o adiantamento do setor até o final do mês.

3) aumento da taxa máxima de 5% de recusas e ausências para 15%.

4) Calculadora do IBGE com taxas reais para dar transparência de quanto vamos receber realmente.

5) concessão de 50% ou 100% para andar com o transporte público pelo Estado.

6) Canal de atendimento para o recenseador.

7) Comunicação extrajudicial para quem se recusar a responder ao censo.

8) Pagamento de todos os débitos atrasados do IBGE (inclusive do treinamento).

9) Pedir a ronda da Polícia Militar e da Guarda Municipal em horários alternativos, especialmente, nas áreas que apresentam mais número de recusas.

10) ampliar outros meios de comunicação para divulgar sobre o Censo 2022 (transporte público, outdoor,  shopping center, prefeitura e outros meios alternativos).

11) rever o desligamento de recenseadores (feito pelo próprio instituto, sem ou com justa causa).

12) acompanhar a assistência dos supervisores para a sua equipe em campo (há relatos de despreparo e ausência de assistência).

A Intersindical Central da Classe Trabalhadora se solidariza com o movimento dos recenseadores e recenseadoras e reforça a importância do Censo Demográfico para entender a situação atual da nossa gente e podermos projetar políticas públicas de enfrentamento dos problemas estruturais do país. 

LEIA AQUI O MANIFESTO DO IBGE NA ÍNTEGRA:

Pedro Otoni – Secretário de Comunicação da Intersindical

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