Trabalhadores da Saneago realizam nesta quinta-feira (15) uma caminhada em apoio às investigações do Ministério Público e Polícia Federal – que apuram desvios e irregularidades na companhia de águas e esgoto do Estado de Goiás e também na Celg. O caso é conhecido em Goiás como “Lava Jatinho Tucana”.
João Maria de Oliveira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg) explica que os trabalhadores da Saneago e da Celg estão agoniados. Além do desmonte destas empresas, para fins de privatização, eles têm sofrido com assédio moral e as terceirizações desenfreadas.
“Na terça-feira a Saneago completou 49 anos e o clima era de cabeça baixa, os trabalhadores e trabalhadoras que construíram esta empresa, que é necessária para a qualidade de vida dos cidadãos, não sabem o que esperar. Vamos entregar um documento de apoio às investigações no Ministério Público”, diz ele.
No mesmo dia, os trabalhadores da Celg devem deliberar por se juntarem à causa dos trabalhadores da Saneago.
A Polícia Federal apura o envolvimento da Celg (companhia de energia) no esquema de corrupção investigado na Operação Decantação, que levou à recente prisão do presidente do PSDB de Goiás, Afreni Gonçalves, e do ex-secretário de Fazenda de Marconi Perillo e atual nº 1 da Saneago, José Taveira Rocha.
Há indícios de que a distribuidora de energia goiana também teria sido usada para desviar recursos públicos por meio de licitações fraudulentas. As irregularidades teriam ocorrido entre 2010 e 2012, quando, então, a Celg, em grave crise financeira, foi federalizada.
Neste momento, a empresa passou à gestão da Eletrobras, e a fonte secou. Com isso, o esquema de corrupção teria se transferido para a Saneago.
Segundo cálculos preliminares da Polícia Federal, cerca de R$ 4,5 milhões em recursos públicos teriam sido desviados da Saneago para beneficiar políticos do PSDB. Esta cifra, no entanto, tende a se multiplicar caso fique comprovado que o esquema também agiu na Celg. No último dia 24 de agosto, a Operação Decantação cumpriu 120 mandados judiciais.
“Trata-se de mais um fato para reforçar o discurso da direita no intuito de se desfazer do controle da Celg, por isso a mobilização dos trabalhadores para mostrar o quanto a Celg e a Saneago são necessárias”, explica o diretor do Stiueg. O leilão marcado para o último dia 16 de agosto foi suspenso. Nova tentativa está marcada para o dia 25 de novembro.
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
Foto: Wesley Costa
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