O próximo 8 de março será de mobilização por todo o país. Enfrentamos atualmente a maior ameaça de retrocesso conservador das últimas décadas. Neste próximo dia Internacional da Mulher precisamos nos unir, protestar e reivindicar!
O ajuste fiscal e a reforma da Previdência anunciadas pelo governo precisam ser barrados! Não são as trabalhadoras que devem pagar pela crise. Estamos sendo consumidas pelas taxas de juros que engordam os banqueiros e retiram o alimento de nossas famílias. Não podemos aceitar que a reforma da Previdência iguale para cima a idade de aposentadoria de mulheres e homens.
Uma reforma que propõe que mulheres trabalhem ainda mais não pode ser aceita! Nós já vivenciamos durante toda a nossa vida múltiplas jornadas de trabalho. Sob nossas costas, os cuidados com a casa, com as crianças, com parentes idosos e doentes. Jornadas de trabalho exaustivas, salários inferiores aos dos homens. Sem contar com o assédio.
Vivemos o tempo todo nos esquivando de ataques, abusos, e violências das mais diversas espécies. Da violência verbal, social até a física.
Nós, mulheres trabalhadoras, sofreremos mais com a legalização da terceirização do que os homens. Isso porque o PLC 30/15 não apenas legaliza a terceirização e quarteirização como extermina a validade da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e institui que o que for “acordado” entre patrões e empregados vale mais que a própria lei ou qualquer acordo sindical.
Isso significa na prática que os patrões poderão decidir pelos empregados se pagam ou não o 13º, se permitem ou não que a mulher saia de licença maternidade e por quanto tempo, se as férias serão parceladas.
“Esta é uma das lutas que a Intersindical Central da Classe Trabalhadora tem travado com força. Não aceitamos um processo que trará maior precarização e mais exploração de trabalhadoras e trabalhadores. Tomemos as ruas no 8 de março, por direitos, autonomia e contra o ajuste e conservadorismo!”, conclama Vanessa Gravino, dirigente da Intersindical.
Sem o feminismo não haverá transformação da sociedade. Não há luta por liberdade, por justiça, por uma sociedade socialista se as mulheres continuarem exploradas e oprimidas.
Não basta ser mulher, é preciso defender e estar ao lado das mulheres trabalhadoras. Ser mulher inclui ter capacidade de ação e interferência política. Unidas, temos força para reivindicar a manutenção de nossos direitos já conquistados e de políticas públicas que contemplem a realidade do universo feminino.
“Resistência e luta são as nossas palavras de ordem!”, afirma Mônica Britto, integrante do coletivo feminista “Estas Mulheres Trabalhadoras da Intersindical”.
Já fomos para as ruas no ano passado, contra o PL 5069/13, de Eduardo Cunha, que dificulta o uso da pílula do dia seguinte em casos de estupro. Defendemos a liberdade e a autonomia das mulheres para decidir sobre suas vidas e sobre seus próprios corpos.
“O debate do aborto precisa acontecer, pois as mulheres fazem aborto. Acontece que as ricas pagam e abortam de maneira segura, as mulheres pobres fazem aborto inseguro sofrendo sequelas e, até mesmo, morrendo. A vida das mulheres é valiosa, nenhuma mulher trabalhadora merece morrer ou ser punida por fazer aborto”, defende Vanessa Gravino.
Por fim, a violência contra as mulheres não apresentou ainda recuos significativos. As mulheres são agredidas e, muitas, acabam sendo assassinadas pelo fato de serem mulheres. A isso chamamos de feminicídio. Basta de violência contra as mulheres!
Estes são alguns pontos da necessidade de nossa luta seguir com muita força. Neste 8 de março sua presença é fundamental!
Em São Paulo, esperamos todas e todos às 16h, no vão livre do MASP (o ato sairá às 18h).
O ato será unificado e nossas pautas estão presentes:
Mulheres nas ruas pela autonomia, liberdade e democracia para lutar.
Pela legalização do aborto!
Contra o ajuste fiscal e reforma da Previdência.
Pelo fim da violência contra as mulheres!
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