A Intersindical Central da Classe Trabalhadora novamente participou do III Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde, organizada pela Fundacentro, pela Asociacion Latinoamericana de Abogados Laboralistas (ALAL) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e realizada na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco.
Tratando das mobilizações e movimentos sociais e suas lutas, Edson Carneiro Índio, Secretário Geral da Intersindical, relembrou da greve dos professores do Paraná e do recente levante dos servidores públicos no Rio Grande do Sul, que conseguiram aglutinar todas as categorias do serviço público contra o programa de austeridade econômica do governador Sartori.
Ele também não deixou de recordar as paralisações das hidrelétricas de Belo Monte e Jirau (Pará e Rondônia, respectivamente), e dos metalúrgicos de Niterói, no Rio de Janeiro, algumas das recentes lutas travadas pelo operariado que têm em comum a explosão com que eclodiram.
No entanto, Índio ressaltou a necessidade de o movimento sindical na atualidade estar preparado para o próximo período. Segundo ele, o movimento enfrenta diversas crises que confundem e dificultam a capacidade organizativa dos trabalhadores lutas. “No atual momento estamos enfrentando uma chantagem nas grandes empresas, em particular nas multinacionais, em que querem forçar os trabalhadores a aceitar redução de salários – por meio do recém aprovado PPE (MP 680) –, por acordos de Lay Off e programas de demissão voluntária”.
Índio acredita que para se compreender esse debate, é necessário remeter-nos a alguns fatores, como o impacto da reestruturação produtiva à capacidade do movimento sindical.
Num momento em que o que o imaginário social é alimentado apenas por soluções individuais e o espírito coletivo é desprezado, as perspectivas para se melhorar as condições de vida se resumem a nos colocarmos a serviço do grande capital. “Nos bancos, por vezes acontecem workshops com profissionais treinados a provocar debates, com o objetivo de identificar quais os trabalhadores que não concordam com a política da empresa ou que têm alguma tendência contestadora”, exemplificou.
Outras condições que dificultam a organização sindical combativa foram levantados, como a fragmentação das representatividades políticas nos últimos anos, o Imposto Sindical – que permitiu o surgimento de inúmeras entidades cujo objetivo é tão somente embolsar o dinheiro do trabalhador –, a ampliação de postos de trabalhos ainda mais precarizados, a criminalização por parte do Estado – como demissões, corte de ponto, processos a sindicalistas e interditos proibitórios –, além de diversos meios de despolitização dos trabalhadores.
Porém, Índio ressaltou que a Intersindical tem feito debates a fim de encontrar caminhos que revertam a atual situação.
Além do sindicato buscar organizar os trabalhadores por dentro das empresas, também deve ter um processo permanente de formação política de seus dirigentes e militantes, em que os trabalhadores devem compreender sua realidade.
Outra questão colocada foi a de todos os trabalhadores é compreenderem a negociação como parte do conflito entre capital e trabalho.
A saúde do trabalhador é outro caminho que deve ser fortalecido no meio sindical, segundo seu entendimento: “no momento em que o trabalhador está adoecido, talvez o sindicato seja o único espaço onde ele compreenda que o adoecimento dele não é um acontecimento individual e que o problema é a organização do trabalho”.
Por fim, Índio destacou que “a solidariedade de classe também é fundamental, assim como a construção de uma plataforma unitária, que agregue os mais plurais pensamento em defesa do protagonismo da classe trabalhadora”.
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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