Apesar de afastado do cargo de presidente da Câmara e do mandato de deputado federal por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), convocou a imprensa nesta quarta-feira (20) usando e abusando de todo o aparato da TV Câmara.
A coletiva de imprensa, realizada no Hotel Nacional, em Brasília, foi organizada por uma assessora da presidência da Câmara e transmitida ao vivo no website da TV Câmara, no canal do YouTube e no canal interno da Câmara dos Deputados.
Parlamentares criticaram o uso pessoal do aparato estatal em favor de Cunha e interpretaram o fato como nítida demonstração de que Eduardo Cunha ainda manda na Casa.
Os diretores da TV Câmara negaram influência de Cunha na decisão de transmitir o pronunciamento e alegaram “interesse jornalístico”, inclusive pela possibilidade de o presidente afastado renunciar durante o evento.
Diretor de Comunicação da Câmara é exonerado
No fim do dia, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), exonerou o diretor-executivo de Comunicação Social da Câmara, Claudio Lessa, mas negou que a decisão tenha a ver com a exibição ao vivo da entrevista coletiva de Eduardo Cunha.
Nos bastidores, interlocutores afirmam que houve a avaliação de que a TV Câmara errou e descumpriu uma decisão judicial ao decidir transmitir a fala de Cunha, já que ele está afastado do cargo e do mandato por decisão cautelar unânime do Supremo Tribunal Federal.
Embora já tenha tomado várias decisões favoráveis a Cunha, Maranhão tem sinalizado distanciamento nos últimos tempos.
A assessoria de imprensa da Casa afirmou que a TV Câmara decidiu fazer a transmissão ao vivo porque considerou haver interesse jornalístico e porque Cunha, embora afastado, ainda é o presidente da Câmara.
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