O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é uma instituição de larga contribuição à sociedade brasileira e tem um papel estratégico para a construção de uma nação democrática e com mais justiça social. É o principal órgão responsável pela produção e divulgação de dados e informações essenciais sobre a realidade socioeconômica e geográfica do Brasil.
Com a missão institucional de “retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania”, desempenha um papel fundamental na geração de conhecimento sobre o país, fornecendo dados que atendem às necessidades de diversos setores da sociedade. Suas principais funções envolvem a produção e análise de informações estatísticas e geográficas, a progressão de sistemas de dados nacionais e o desenvolvimento de um sistema de informações ambientais, permitindo uma visão detalhada e atualizada sobre o território, a população, a economia e as condições de vida da população brasileira.
É fundamental investir no seu fortalecimento para que possamos de fato elaborar um projeto de país alicerçado nos pilares da ciência, inteligência, informação. O IBGE é um instrumento estratégico para o exercício da cidadania, pois possibilita a tomada de decisões informadas tanto por gestores públicos quanto pela sociedade em geral, sendo essencial para o planejamento e a implementação de políticas públicas efetivas e orientadas para as demandas reais de nossa gente.
No entanto, o IBGE, assim como diversas outras instituições públicas brasileiras, foi vítima de ataques do governo de extrema direita de Bolsonaro e da pressão do mercado, que sucatearam seu financiamento e tentaram distorcer o seu sentido original. O governo atual tem como desafio a reconstrução do setor público nacional e de instrumentos como o IBGE, porém enfrenta dificuldades em viabilizar o suporte necessário, inclusive orçamentário, dado à atual força dos setores conservadores na sociedade e no Congresso Nacional. Para manter o pleno funcionamento do IBGE, é preciso de investimento, e isso é algo que a direita procura obstruir, condicionando via legislativo, o executivo nacional.
No entanto, é preciso rejeitar falsas saídas para o problema, a proposta de criação de uma fundação privada chamada IBGE+ não é uma boa solução. Essa fundação tem como objetivo a captação de recursos privados para a manutenção dos seus trabalhos; porém pode abrir caminho para a terceirização e a privatização e restringe a atuação do corpo técnico e da própria direção do instituto. Além disso, não houve o devido processo de diálogo com os servidores para a criação da fundação.
É importante destacar também que o fortalecimento do IBGE passa pela valorização de seus trabalhadores e pelo respeito à livre organização de seu sindicato. Conflitos são constituintes de gestões públicas, entretanto, devem ser tratados com diálogo e com negociação de modo a buscar as saídas de forma democrática e sem abrir brechas para o oportunismo das forças que querem o retrocesso no país e o desmonte e privatização do IBGE.
Nesse sentido, medidas como a que visa impedir o sindicato de usar a sigla IBGE em seu nome, ASSIBGE, vão no sentido contrário, ferindo a atuação sindical e enfraquecendo a gestão pública democrática.
Reiteramos a nossa posição em defesa de um IBGE fortalecido com valorização e respeito aos seus trabalhadores e com liberdade de organização sindical.
São Paulo, 27 de janeiro de 2025.
Intersindical Central da Classe Trabalhadora
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