Lançar o segundo volume da revista Essas Mulheres em novembro de 2017, marca um movimento importante em nossa luta. A revista evidencia nosso combate aos retrocessos impostos por um governo ilegítimo, representado pela figura de Michel Temer, mas também, nos coloca num campo do movimento de mulheres que se reivindica negro, indígena, classista, que busca a transformação radical da sociedade e o fim das classes sociais, do racismo e do patriarcado.
Partindo desta perspectiva, abordamos nos artigos as questões que formam o tripé de dominação-exploração das mulheres: violência, trabalho e sexualidade. A matéria sobre aborto é necessária para refletirmos sobre a decisão em relação ao nosso corpo. Além de abordar a violência sexual e do Estado, fator que contribui para nos submeter aos espaços de não-decisão -seja em nossa própria vida, no trabalho ou na política.
Somado a isto, tratamos de questões fundamentais que expressam a violência contra a trabalhadoras. Como já sabemos, neste retrocesso de perda de direitos trabalhistas, são as mulheres negras quem primeiro são atacadas e submetidas de maneira mais dura ao sistema de exploração-dominação imposto todos os dias na sociedade capitalista.
Neste contexto, novembro marca a luta de tantas mulheres negras, indígenas, quilombolas, trabalhadoras, que estão e sempre estiveram à frente do processo de resistência e luta pela construção de uma sociedade livre de opressões, de dominações e de explorações. Nossas ancestrais são raízes que nos dão força cotidiana para todos os enfrentamentos, para todos os combates e para os avanços que conquistamos ao longo de nossa história.
Por outro lado, 2017 é ano da comemoração dos 100 anos da Revolução Russa, onde o protagonismo das mulheres e a luta contra a sociedade dividida em classes estava somada ao combate ao machismo.A revolução que tornou a Rússia socialista combatia também o patriarcado. Ao realizar políticas públicas para aumentar a participação das mulheres nos espaços de decisão, nos ensinavam que o combate ao patriarcado não é uma questão específica das mulheres e nem pode desaparecer das formulações e das práticas dos movimentos de esquerda.
É com a força e com os ensinamentos das nossas ancestrais, que arrancaram direitos da elite composta por homens brancos, racistas e sexistas, somado à inspiração das revolucionárias russas de 1917, que romperam com a ordem estabelecida e contribuíram com a transformação da Rússia, em socialista, que seguimos e seguiremos na construção de um feminismo popular, com a cara e voz d’Essas Mulheres trabalhadoras!
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