Milhares de manifestantes, entre estudantes, professores, técnicos e trabalhadores de outras categorias saíram às ruas nesta quarta-feira, 15, dia de greve nacional em defesa da educação. Em Vitória, os manifestantes se concentraram em dois pontos da cidade – no campus da Ufes em Goiabeiras e no Ifes da Avenida Vitória –, e se juntaram na Av. Desembargador Santos Neves, na Praia do Canto, para seguir rumo à Assembleia Legislativa, onde o ato foi encerrado.
A paralisação foi motivada pelo recente anúncio de bloqueio de orçamento do MEC que afetará desde a educação infantil à pós-graduação. O contingenciamento inclui corte de 30% da verba de custeio das instituições de ensino federais, como universidades e institutos tecnológicos, além do corte de bolsas de estudo da pós-graduação.
Apesar dos microfones e carros de som, a maioria dos gritos de ordem vinham do meio da marcha e buscavam dialogar com as pessoas pelo caminho e com a própria cidade, numa ocupação calorosa do espaço urbano.
Na Avenida Reta da Penha, ao passar em frente ao templo opulento da igreja Universal, os estudantes fizeram questão de lembrar: igreja e Estado, assuntos separados! Mais adiante, próximo à sede da Pretrobras, escutava-se em coro o velho slogan “o petróleo é nosso”, agora usado como lema da defesa da estatal contra os veios privatistas do governo.
Teve também alerta aos trabalhadores que aguardavam transporte nos pontos de ônibus, enquanto viam passar como enxurrada os manifestantes. Para esses, diziam: “Trabalhador, preste atenção, o Bolsonaro só governa pra patrão”. Muitos dos que aguardavam decidiram se juntar ao movimento.
A greve nacional da educação reforçou a convocação para a greve geral dos trabalhadores, marcada para o próximo dia 14 de junho, cujo alvo principal será a reforma da Previdência.
O coordenador geral do Sindibancários/ES, Jonas Freire, lembrou que “a educação está para os mais jovens como a Previdência para os mais velhos”, e que é preciso dizer “não” a qualquer retirada de direitos.
“Estudantes, vocês que são o futuro, existe um ditado que diz: quem sabe mais, luta melhor. É por isso que querem tirar a educação da juventude, porque têm medo do futuro, têm medo da nossa luta. A ameaça de armas é para nos amedrontar, mas a juventude responde: não temos medo de você, Bolsonaro. A gente sabe que para calar essa juventude, para ela parar de pensar, é preciso cortar a sociologia, a filosofia, é preciso reduzir a qualidade da educação, e é agora que temos que dizer não. Não à retirada de direitos que conquistamos com o suor dos nossos pais, dos nossos avós, que ontem estiveram na luta, uma luta que hoje é nossa. Por todos os nossos direitos, eu convido a todos para, no dia 14 de junho, fazer a maior greve geral desse país”, disse Jonas, de forma vigorosa.
Fonte: SindBancários-ES
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