O secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Edson Carneiro Índio e o secretário de Relações Internacionais, Ricardo Saraiva (Big), participam nesta semana do 17°Congresso Sindical Mundial, em Durban, na África do Sul, entre os dias 5 e 8 de outubro.
Centenas de trabalhadores e empregados de 111 países dos cinco continentes participam deste grande, democrático e aberto evento sindical internacionalista e de orientação de classe promovido pela Federação Sindical Mundial (FSM).
O slogan do encontro é “Pela conquista das necessidades contemporâneas dos trabalhadores, contra a pobreza e as guerras geradas pela barbárie capitalista”.
Estão inscritos 1200 sindicalistas, de 111 países dos cinco continentes, sendo 340 mulheres sindicalistas. Além disso, 31% dos delegados são do setor público e 69% são empregados privados.
Durante o encontro, os representantes da Intersindical vão expor a conjuntura política brasileira e distribuirão o seguinte documento:
O Brasil vive um período grave de sua história. O golpe perpetrado pelo grande capital e suas representações instalou um governo disposto a adotar medidas sociais perversas para transferir aos bilionários uma fatia ainda maior da renda pública, da renda do trabalho e da exploração dos recursos naturais.
A mudança do cenário internacional, com queda dos preços das commodities, desaceleração econômica e a recessão no Brasil inviabilizou a manutenção de um modelo que durante anos garantiu ganhos substanciais ao grande capital e algumas concessões à classe trabalhadora. Com contradições, avanços e recuos esse foi o modelo que prevaleceu nos dois governos de Lula e no primeiro mandato de Dilma.
Agora o grande capital exige uma agenda radical de reformas neoliberais. Entrega do petróleo para as multinacionais, redução drástica dos investimentos sociais, bloqueio do acesso da maioria dos trabalhadores, em particular das mulheres, a aposentadoria, aumento da exploração e rebaixamento do valor da força de trabalho, terceirização, privatizações e incremento da submissão ao imperialismo.
Para os golpistas, tratou-se de substituir o governo eleito por um gabinete comprometido completamente com os ganhos do capital financeiro e dos bilionários.
Opção pelo não enfrentamento à burguesia, austeridade fiscal e fortalecimento da direita
Apesar de algumas melhorias sociais importantes, os governos Lula e Dilma recusaram fazer enfrentamentos políticos com as principais frações da burguesia, em particular com o capital financeiro e os grandes meios de comunicação.
Essa opção atuou para despolitizar a sociedade brasileira e não armou politicamente a classe trabalhadora e a esquerda para resistir aos ataques da direita.
A situação ficou ainda mais dramática no início do segundo governo Dilma, com a adoção de um programa de austeridade fiscal que acelerou o desemprego e a recessão.
A Intersindical Central Classe Trabalhadora foi fundada em 2014 com duras críticas ao governo pela ausência de enfrentamentos políticos ao capital. E nossa central manteve uma relação de independência, buscando combater as medidas regressivas adotadas pelo governo.
“Da mesma forma, a Intersindical não vacilou diante da ofensiva da direita e do grande capital. Por isso, somamos forças aos diversos movimentos sociais e organizações da esquerda na luta contra o golpe. E seguimos nas lutas contra as políticas de retrocessos desejadas pelo governo golpista”, afirma Edson Carneiro, o Índio, Secretário Geral da Intersindical.
Juntamente com dezenas de movimentos sociais, nossa central compõe a Frente Povo Sem Medo, uma frente nacional de mobilizações que luta por: Fora Temer! Nenhum direito a menos! Eleições Diretas já!
Além disso, a Intersindical atua em unidade com as demais centrais sindicais na construção de uma Greve Geral para o próximo período, na defesa dos direitos sociais, das liberdades democráticas e da soberania popular.
“A solidariedade internacional será decisiva para a resistência social que se constrói neste momento no Brasil”, lembra Ricardo Saraiva, Secretário de relações Internacionais da Intersindical.
O 1º Congresso da Intersindical, realizado nos dias 18, 19 de 20 de março de 2014, em São Paulo aprovou a filiação à Federação Sindical Mundial.
A proposta de ingresso na FSM foi aprovada por mais de 80% dos delegados e delegadas ao congresso, que teve a participação de cerca de 700 trabalhadoras e trabalhadores.
“Com a filiação à FSM, nossa central fortalece seus princípios classista e internacionalista e se soma na construção desse instrumento da classe trabalhadora no plano internacional”, afirma Ricardo Saraiva, Secretário de Relações Internacionais da Intersindical.
Dessa forma, a Intersindical busca dar sua contribuição ao internacionalismo proletário, à autodeterminação dos povos e a solidariedade internacional da classe trabalhadora na luta contra a exploração do capital.
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