Jornalistas, principalmente os de imagem e que realizam coberturas para a mídia alternativa e coletivos independentes, estão mobilizados diante da violência policial contra o trabalho destes profissionais nos últimos dias.
Fotógrafos e cinegrafistas relatam casos de agressão física ocorridos durante as manifestações, e denunciam que têm sofrido pressão, violência psicológica e perseguições por parte da Polícia Militar no dia a dia de seus trabalhos, até mesmo fora das coberturas jornalísticas. Pelo fato de terem denunciado agressões da PM alguns profissionais que foram procurados em casa por policiais à paisana.
Segundo os jornalistas, a Polícia Militar do governador Geraldo Alckmin (PSDB) está identificando os profissionais da mídia alternativa por incomodarem o governo estadual divulgando a repressão policial – sobretudo por meio da ampla visibilidade promovida por fotógrafos e cinegrafistas nas redes sociais.
Os diretores do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e da Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo (Arfoc-SP) estão orientando os profissionais a registrarem Boletim de Ocorrência das agressões.
A denúncia da violência da PM contra os profissionais de comunicação será denunciada junto à Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ). O Sindicato também vai solicitar audiência com o governador Geraldo Alckmin para discutir os casos e vai divulgar os relatos de violência no site e mídias sociais da entidade.
“A internet pode fazer com que a gente viralize essa revolta. Nossas redes sociais e canais de comunicação têm que ser meios de reproduzir as denúncias da melhor maneira possível porque não são casos isolados, de uma pessoa. O que está se ferindo é o jornalismo e temos que trazer todo mundo para essa briga”, destaca Marcos Alves, presidente da Arfoc-SP.
Outra medida aprovada é buscar diálogo com o Ministério Público do Estado de São Paulo. Por meio de processo judicial em andamento, o objetivo é coibir a violência contra os jornalistas, com a adoção de um protocolo pela PM.
O presidente do SJSP, Paulo Zocchi, explicou que o Sindicato concorda com a adoção de um protocolo, mas considera a medida um paliativo de curto prazo, pois o que a entidade defende é um modelo de polícia desmilitarizada, que proteja os cidadãos e promova a segurança pública.
“A solução de longo prazo é acabar com essa polícia militarizada, forjada na ditadura, que vê os manifestantes como inimigos, em que o jornalista é visto como se estivesse no meio de tropas inimigas”, critica.
Entre outros encaminhamentos, os participantes da reunião aprovaram, ainda, a realização de debates para discutir proteção física, apoio psicológico e orientações jurídicas aos jornalistas.
– os profissionais de comunicação vítimas de violência da PM devem registrar Boletim de Ocorrência por crime de abuso de autoridade policial e lesão corporal, informando a identificação do agressor e apresentando testemunhas ou provas;
– informar o registro do Boletim de Ocorrência ao Sindicato pelo e-mail;
– é uma obrigação da polícia registrar o Boletim de Ocorrência.
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