Alunos, pais, professores e funcionários de escolas se unem para lutar por pautas específicas e gerais em favor de uma educação pública de qualidade.
A primeira ocupação escolar no Rio Grande do Sul começou na quarta-feira, dia 11, na escola Emílio Masot. O objetivo era exigir o repasse das verbas em atraso, a reposição de professores e funcionários e apoiar a luta deles contra o parcelamento dos salários promovido pelo governador Ivo Sartori (PMDB). Rapidamente o movimento se expandiu e já chegou a mais de 100 escolas em diversas cidades do Rio Grande do Sul.
Neiva Lazzarotto, do CPERS e diretora da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, explica que cada escola tem sua pauta específica de reivindicações, como infraestrutura, ambiente, além de pautas gerais, como a luta contra o PL 44, estadual, que prevê a criação de organizações sociais (OSs) para atuar nas escolas, e contra o PLP 257/16, federal, que renegocia as dívidas dos estados e ataca os serviços públicos.
“Pais e mães estão juntos nas ocupações, os estudantes decidiram fortalecer a luta dos professores e funcionários das escolas que entraram em greve na sexta-feira (13),temos um movimento grevista de muita solidariedade”, relata Neiva.
O governo estadual decidiu que a ocupação nas escolas não será tratada como caso de polícia e sim como caso de educação, ao contrário do que fez o governo Alckmin em São Paulo. E já anunciou que vai liberar a verba escolar do mês de abril (faltando janeiro, fevereiro e março em atraso).
A paralisação dos professores da rede estadual de educação do Rio Grande do Sul já chegou a mais de 50% de adesão, dentre as 2,7 mil instituições de ensino gaúchas que aderiram total ou parcialmente à greve.
Cineasta faz oficina para alunos de ocupações
Solidário aos estudantes gaúchos que ocuparam as escolas, o cineasta premiado internacionalmente e autor do filme “Até que a Sbornia nos separe”, Otto Guerra, está realizando oficinas de animação para os acampantes. A primeira foi no Colégio Estadual Paula Soares, na quarta-feira (18).
“É fácil ficar do lado onde está a maioria, difícil mesmo é tomar essa decisão que vocês tomaram, de ir contra o governador. Sendo que teoricamente ele é o “dono” das Escolas Públicas. Mas que na verdade os donos são vocês, somos nós que pagamos impostos”, declarou o cineasta.
Os estudantes participaram ativamente do debate, colocando suas opiniões e indagando a percepção de Guerra.
O cineasta também garantiu que o pais é rico em recursos para investir na educação pública o que falta na sua opinião são políticos comprometidos em oferecer uma educação de qualidade para a sociedade.
“ Se as pessoas não tem educação e cultura elas são facilmente manipuladas. Temos muito dinheiro para pagar a educação do primário até a faculdade para a população. Mas quem está no poder não quer isso, pois quer manipular o povo”.
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