A tarde desta quarta-feira (6/7) foi marcada por uma manifestação de cerca de 200 pessoas entre profissionais de saúde, professores/as universitários, estudantes, usuário/as do SUS em defesa da saúde pública, estatal e de qualidade.
O grupo percorreu as ruas da Trindade, saindo do Centro de Ciências da Saúde (CCS), passando pelo Hospital Universitário, e finalizando no prédio da Secretaria Municipal de Saúde.
A marcha foi convocada pelo Fórum Catarinense em defesa do SUS, Médicas e Médicos Populares, OcupaSUS, Conselheiros/as Municipais de Saúde, e por professores/as e estudantes das Universidade Federal de Santa Catarina.
Leia o manifesto:
Em defesa do SUS público e estatal: NENHUM PASSO A MENOS
Todas as pessoas no nosso país têm direito ao atendimento em saúde totalmente público e gratuito. Temos direito a consultas nos centros de saúde, nos centros de especialidades (que é onde atendem os cardiologistas, ginecologistas, etc), hospitais, a exames, vacinas e medicamentos. Nem sempre foi assim. O direito à saúde passou a existir em 1988 com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) depois de muita luta. A saúde pública é uma conquista histórica do povo brasileiro e quem tem a obrigação de oferecer por estes serviços são os Governos Federal, Estaduais e Municipais. Todos eles são responsáveis pelo financiamento e possuem diferentes responsabilidades na organização dos serviços. Nos seus quase 30 anos de existência, o SUS trouxe inúmeros avanços ao Brasil e ainda temos muito a melhorar. Atualmente, 70% do povo brasileiro depende exclusivamente do SUS.
Desde a sua criação, o SUS enfrenta muitas dificuldades e disputas de interesses públicos e privados. Os que tratam a saúde como mercadoria sempre defenderam seus interesses em torno do lucro de maneira cruel, buscaram propagandear que o SUS público não funciona. Enquanto isso, o SUS passou por problemas de pouco financiamento e repasse de recursos garantido a entidades privadas nitidamente defendidos nos governos.
Os chamados “novos modelos de gestão” (Organizações Sociais, EBSERH, Fundações de Direito Privado, e OSCIP’S) vieram como uma outra maneira de o setor privado se aproveitar do recurso público e que por fim também colocou o SUS em grande risco nas esferas municipais, estaduais e federais.
O atual governo – ilegítimo – Temer está realizando a privatização do setor público e demonstra a intenção de ACABAR de uma vez por todas com a Saúde Pública. Já anunciou que vai extinguir o SAMU e a Farmácia Popular. O novo ministro da Saúde – Ricardo Barros – chegou a afirmar que é necessário diminuir o “tamanho” do SUS. Ou seja, o Governo Temer indicou um Ministro que não defende a Saúde Pública.
Em Santa Catarina o governo também tenta acabar com o SUS. Em 2015, o Governo Colombo perdoou dívidas de grandes empresas, mas diminuiu a quantidade de dinheiro investido na saúde. Não é a toa que vários hospitais estão em crise e com leitos fechados. Também é preciso denunciar o cancelamento de cirurgias e consultas ambulatoriais devido a essa redução no orçamento. A gestão pelas Organizações Sociais, que o Governo Colombo já aceitou, custa mais caro para os cofres públicos e o lucro da OS é mais importante que o atendimento à população.
Nos municípios catarinenses a destruição da saúde pública também ocorre. Em Florianópolis, por exemplo, o Prefeito Cesar Souza Júnior cortou 28 milhões que seriam destinados à saúde em 2016. Por causa disso, exames e consultas com especialistas não estão sendo marcados nas unidades de saúde. Todas as contratações de profissionais de saúde estão paralisadas, sem reposição ou ampliação das equipes. As farmácias das unidades ficarão sem remédios e os dentistas e enfermeiras não terão mais material para trabalhar. Os trabalhadores terceirizados como seguranças e muitos auxiliares de limpeza foram demitidos.
O prefeito fala que não tem dinheiro para a saúde, mas sabemos que a prefeitura ganhou mais dinheiro com o aumento do IPTU e do turismo.
Denunciamos todas essas tentativas de destruir com o SUS.
Estas decisões só farão bem para os empresários que lucram com a saúde.
A saúde pública e estatal não pode pagar por essa crise!
Fonte: SindSaúde-SC
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