O Ministério Público Federal em São Paulo pediu à Polícia Civil que investigue as ameaças, inclusive de morte, contra o jornalista e militante de direitos humanos Leonardo Sakamoto.
Conselheiro da ONU para a área de trabalho escravo, Sakamoto virou alvo de tentativas de intimidação desde que o jornal mineiro Edição do Brasil divulgou uma falsa entrevista atribuída a ele, no começo deste ano, em que supostamente ele teria dito que os aposentados são “inúteis à sociedade”.
O jornal reconheceu que houve fraude na entrevista, alegando que foi enganado por uma pessoa que se passou por assessora de Sakamoto. Mas o material já havia sido compartilhado nas redes sociais, gerando manifestações de indignação e ódio contra o jornalista.
Sakamoto, que é doutor em Ciência Política, diz que os constrangimentos não se limitam ao ambiente virtual. E relata sofrer abordagens ameaçadoras em locais públicos, como estabelecimentos comerciais e nas ruas, onde pessoas o agridem verbal e fisicamente.
Difamações
Ele conta que os ataques começaram ainda no final de 2014, por causa de sua militância na defesa intransigente dos direitos de minorias e no combate ao trabalho escravo. “Essas difamações ficam meses e anos na internet, sobrevivendo de incautos. É conteúdo que, difundido por pessoas e grupos que promovem o ódio e a intolerância, municia pessoas sem discernimento. Que, no limite, fazem justiça com as próprias mãos”, afirma o jornalista.
As ameaças na internet têm vindo acompanhadas de comentários de pessoas que dizem ter a intenção de matar o jornalista, autor de um blog no UOL. O Facebook excluiu algumas páginas que promoveram o ódio contra ele, mas outras continuam online.
Tópicos relacionados
Comentários