Monsanto é condenada a pagar US$ 289 milhões por câncer em jardineiro nos EUA

Monsanto é condenada a pagar US$ 289 mi por câncer em jardineiro nos EUA
Imagem: Comunicação da Intersindical
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Dewayne Johnson, 46, enfrenta um câncer terminal após trabalhar com o herbicida Roundup, a base de glifosato

O paciente terminal de câncer, Dewayne Johson, venceu uma batalha judicial contra a Monsanto, que foi condenada à pagar US$ 289 milhões em danos para sua família.

Com 46 anos, o zelador e jardineiro de uma escola na Califórnia nos EUA, afirma que o herbicida Roundup, que usa o princípio ativo glifosato, causou sua doença. O júri proferiu sua sentença dizendo que a empresa agiu com “malícia e opressão”.

A vitória em primeira instância, que deve ainda sofrer apelações por parte da corporação, aconteceu após um julgamento que durou mais de um mês na cidade de São Francisco. Os argumentos da defesa afirmavam que a Monsanto “lutou contra a ciência” e intimidou acadêmicos que falavam contra os riscos do produto.

Considerada culpada por negligência, a decisão afirma que a empresa deveria saber e avisar os consumidores do perigo do produto. “Nós conseguimos mostrar ao júri documentos internos secretos da empresa que mostram que ela sabia há décadas que o Roundup causava câncer. Essa decisão mostra que anos de enganação sobre o glifosato acabaram e que eles deveriam priorizar a segurança dos consumidores antes de lucros”, disse o advogado Brent Wisner, em declaração pública.


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Pai de três, Johnson, que trabalhava como zelador e jardineiro em uma escola em Benicia, no norte de São Francisco, disse estar passando por muita dor e que o veneno “tirou tudo dele”. Sua mulher está trabalhando em dois empregos para conseguir pagar os custos médicos. 

Ele disse acreditar que a vitória vai além do seu processo e espera que ele gere milhares de outros semelhantes e aumente a consciência sobre os riscos do glifosato.

Apesar de sua defesa ter revelado e-mails de executivos da Monsanto, que mostravam que a empresa sabia dos riscos do Roundup, ignorava alertas e escrevia análises científicas falsas, a empresa segue afirmando que o herbicida é seguro.

“Esse julgamento não altera as quatro décadas de estudos científicos e uso seguro do nosso produto”, disse Scott Partridge, vice-presidente da companhia.

A indenização inclui perdas passadas, futuros e danos. Outro julgamento sobre o Roundup deve acontecer em breve em St. Louis, no estado do Missouri. Estima-se que a empresa esteja enfrentando 4,000 casos similares nos EUA.

Edição: Daniela Stéfano

Fonte: Brasil de Fato


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