O velório acontece nesta quinta-feira (5), na Quadra dos Metroviários (Rua Serra do Japi, 31, Tatuapé) das 7h até às 12h , de lá sai em cortejo até a Catedral da Sé, onde às 14h ocorrerá Missa de corpo presente com D. Angélico e às 16h sai em cortejo para o Crematório da Vila Alpina.
O camarada Waldemar Rossi, militante operário conhecido por sua coerência e combatividade, nos deixa aos 83 anos, mas seu legado de resistência, fé, integridade e organização da classe trabalhadora permanecem.
Waldemar já estava internado no Hospital do Servidor Público há quase um mês, com o coração fraco e corpo debilitado. Faleceu nessa quarta-feira (4).
Durante o 1º Congresso da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Waldemar deixou uma mensagem gravada de encorajamento aos militantes. Assista aqui.
Trajetória
Começou a vida de trabalho como “bóia-fria”, aos 10 anos de idade, em sua terra natal, Sertãozinho – SP. Dos 13 aos 27anos trabalhou como pedreiro, tendo vivido experiências como balconista e em usina de açúcar.
Em 1955 conheceu a JOC (Juventude Operária Católica) e, através dela, se inseriu na luta de classes, inconformado por ver seus “irmãos” explorados.
Em 1960, foi convidado a assumir a coordenação da JOC na Região Sul (SP-PR-SC). Nesse estágio, descobriu que a industrialização do Brasil se dava alicerçada na metalurgia. E após muito refletir sobre a importância de se engajar pra valer nessa luta, decidiu procurar trabalho numa fábrica metalúrgica, abdicando da profissão original, a construção civil.
Tornou-se dirigente da Pastoral Operária e em 1967 encabeçou a “Chapa Verde”, em oposição aos interventores, que estavam a serviço da ditadura militar.
Os interventores administravam o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Incansável pela luta dos trabalhadores, em 1972, Rossi, pela segunda vez, organiza outra chapa para disputar a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Durante esta década de 70, atua na organização de comissões de fábricas clandestinas e, em 1980, participa ativamente da construção da CUT – Central Única dos Trabalhadores – e do Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica. Também foi um dos fundadores do PT – Partido dos Trabalhadores e anos depois filiou-se ao PSOL.
Sua história é um exemplo de luta incansável, dedicação e compromisso com a classe trabalhadora. Metalúrgico aposentado, também esteve presente na Comissão Nacional da Verdade, que investigava os crimes da ditadura militar no Brasil.
O camarada Waldemar Rossi deixa sua companheira Célia, seus cinco filhos, além de genro, noras e netos e milhares de militantes de esquerda no Brasil.
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