“Caminhada por terra, emprego e moradia” na capital paulista denuncia os despejos, a criminalização dos movimentos sociais e a especulação imobiliária sobre a cidade e os territórios camponeses e indígenas
Na manhã desta segunda-feira (9), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Frente de Luta por Moradia (FLM) e o povo indígena do Jaraguá ocuparam as ruas do centro de São Paulo para denunciar a política econômica ultraliberal do governo Bolsonaro, que corta sistematicamente os direitos da classe trabalhadora, as verbas dos programas sociais e ataca o meio ambiente, em detrimento das condições de vida nas cidades e no campo. A marcha seguiu da ocupação Mauá até o Ministério da Economia, que foi fechado pela manifestação.
Além da pauta unitária por direitos, terra, emprego e moradia, a marcha realizada pelos movimentos do campo e da cidade em São Paulo também denuncia o fortalecimento de grupos financeiros, a exemplo da construtora Tenda, que tem como principais acionistas a AMBEV e o Banco Itaú e está destruindo a Mata Atlântica em território indígena do Jaraguá para fins de especulação imobiliária.
Há mais de 30 dias, o povo Guarani que vive na Terra Indígena do Jaraguá ocupou a área desmatada pela construtora para impedir o avanço dessa devastação da Mata Atlântica e, em meio a muita luta e resistência, a justiça determinou que se cumpra o despejo dessa ocupação, marcado para amanhã (10). Portanto, a mobilização da classe trabalhadora em favor da natureza, da soberania dos povos e contra a criminalização da luta popular é essencial para que esse despejo não se concretize, o que causará mais danos ambientais na região do Cinturão Verde da capital paulista.
A atividade é parte da jornada nacional de luta das mulheres, que acontece simultaneamente ao I Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, em Brasília, onde ontem (8), uma marcha com mais de 5000 mulheres do MST e movimentos aliados mostrou a força das mulheres do campo em organização contra a misoginia promovida pelo governo Bolsonaro. Na manhã de hoje, o Ministério da Agricultura foi ocupado pelas mulheres. Já no interior do São Paulo, na região de Ribeirão Preto, mais de 100 famílias do MST ocuparam uma área pública atualmente invadida pelo cultivo da cana, exigindo a destinação das terras públicas federais para a reforma agrária e não para os interesses do capital financeiro e de grileiros de terras.
Tópicos relacionados
Comentários