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Nenhuma gota a mais de sangue. Nenhum palmo a menos de terra indígena!

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A história do Brasil é marcada pela guerra sem fim dos interesses econômicos contra os povos indígenas. O genocídio já dizimou milhões de pessoas, extinguiu centenas de nações e segue matando, não como exceção ou desvio de conduta de alguns mas como método. Os avanços conquistados com a Constituição de 1988, garantindo a demarcação de terras indígenas e sua defesa por parte do Estado, estão sendo severamente atacados pelo governo de Jair Bolsonaro. Tudo para atender os interesses do agronegócio exportador, das madeireiras, das mineradoras, das multinacionais.

Nos últimos dias o massacre das comunidades e lideranças se intensificou. Os assassinatos do cacique Wajãpi no Amapá, do cacique Pian Kanamari no Acre, o despejo violento e sem ordem judicial dos Kinikina no Mato Grosso do Sul, com invasão de garimpeiros em terras já demarcadas, são evidências da intensificação da violência e do extermínio.

A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2007) estabelece que “os indígenas não podem ser removidos de seus territórios de modo forçado”. Cabe ao Estado garantir essa determinação. No entanto, o governo da extrema direita atua em sentido oposto, intensificando as remoções e a violação aos direitos e garantias, além de desmontar a Funai, as políticas públicas dirigidas aos indígenas e desrespeitar as áreas já demarcadas. Bolsonaro declarou, inclusive, que vai transformar as terras indígenas em novas “serras peladas”, para delírio das mineradoras.

Outro aspecto relevante é a elevação do preço internacional do ouro, o que tem levado a uma corrida pelo metal. Essa “nova corrida pelo ouro” amplia o garimpo ilegal nas áreas indígenas, com destruição da floresta, envenenamento dos rios, extermínio dos povos e expropriação das terras.

Por isso, saúdo a 1° MARCHA DE MULHERES INDÍGENAS que está acontecendo entre os dias 09 a 13 de agosto em Brasília. A marcha reunirá mulheres de mais de 300 povos das mais diversas regiões.

Um tema que merece ser compreendido pela sociedade é o adoecimento nas comunidades. A ausência de demarcação e de políticas públicas, os conflitos fundiários, o ataque aos modos de vida, os crimes ambientais – como o rompimento de barragens, exploração mineral e agropecuária em áreas indígenas, são fatores de adoecimento massivo dos povos indígenas. Além da marcha, saúdo o ato contra a mineração em terras indígenas que acontecerá na Câmara dos Deputados às 15h.

A sociedade brasileira precisa exigir o fim do genocídio. Nenhuma gota a mais de sangue! Nenhum palmo a menos de terra indígena. Demarcação já!

Edson Carneiro, o Índio, é Secretário Geral da Intersindical

Foto: Mídia Ninja

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