A Intersindical – Central da Classe Trabalhadora manifesta seu total apoio e solidariedade à greve das trabalhadoras e dos trabalhadores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que lutam por melhorias nas condições de trabalho, recomposição salarial e valorização profissional. A greve não é apenas legítima, mas uma resposta necessária diante da precarização que afeta tanto os servidores e servidoras quanto o atendimento à população que depende do INSS.
A pauta de reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras do INSS é clara e urgente: melhores condições de trabalho, com infraestrutura adequada e redução da sobrecarga de trabalho; recomposição salarial frente às perdas acumuladas nos últimos anos; retomada da jornada de seis horas diárias, que foi alterada sem negociação; reestruturação da carreira, garantindo valorização e reconhecimento das especificidades da função; além do cumprimento de um acordo firmado com o governo em 2022, que até o momento não foi efetivado.
Essas reivindicações refletem a grave situação enfrentada pelos servidores e servidoras do INSS, que têm sido forçados a trabalhar em condições cada vez mais degradantes, com falta de pessoal e recursos, o que compromete diretamente a qualidade do serviço prestado à população. A greve enfrenta, além da indiferença do governo, uma campanha de deslegitimação por parte da grande mídia e setores empresariais que tentam associar o movimento a interesses políticos ou de grupos isolados. No entanto, é importante frisar que as reivindicações apresentadas foram construídas coletivamente, com base nas necessidades reais das trabalhadoras e trabalhadores do INSS, e refletem a situação concreta de enfraquecimento do serviço público, resultado de uma década de ataques da extrema-direita e do neoliberalismo.
A tentativa de deslegitimar o movimento não é nova. O desgaste causado por campanhas difamatórias que minimizam a importância das pautas do movimento grevista e distorcem a realidade; a greve pretende garantir um serviço público de qualidade, é uma ação de resistência às pressões dos setores empresariais sobre a seguridade social. A greve é sobre isso, não adianta distorcer a realidade, quem é contra a pauta grevista, na realidade é apoiador ou cúmplice do desmonte da seguridade social brasileira.
A Intersindical repudia essas tentativas de enfraquecer a greve e reforça a necessidade de um diálogo efetivo com as lideranças sindicais. O governo tem a obrigação de ouvir e negociar com os trabalhadores e trabalhadoras do INSS, atendendo suas reivindicações e garantindo que o serviço público seja fortalecido para assistir com qualidade a população.
A intersindical reforça a necessidade de regulamentação da negociação coletiva no serviço público (Resolução 151 da OIT), compromisso assumido pelo atual governo que ainda não se efetivou. Destacamos que a ausência de regulamentação da negociação coletiva tem dado espaço para práticas que visam impedir o exercício do direito de greve, por meio de ações administrativas e judiciais. As categorias do serviço público exigem o respeito e a valorização dos serviços públicos.
A luta dos servidores e servidoras do INSS é uma luta pela dignidade no trabalho e defesa de um serviço público de qualidade, universal e acessível não é apenas interesse dos servidores, mas de toda a população que depende do INSS para ter acesso a direitos fundamentais, como aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais.
A seguridade social é a garantia que os direitos não fiquem só no papel.
Todo apoio à greve no INSS! Todo apoio à seguridade social brasileira!
São Paulo, 05 de setembro de 2024.
Direção Nacional da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
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