A Intersindical Central da Classe Trabalhadora acompanha com preocupação e pesar o aprofundamento do conflito palestino-israelense que já vitimou mais de mil pessoas de ambos os lados, desde do dia 7 de outubro. São perdas humanas imensas e irreparáveis, que denunciam os horrores de uma guerra permanente que já dura 75 anos.
Ao contrário do noticiário da mídia hegemônica, posicionada em defesa da elite dirigente do Estado de Israel, as ações militares palestinas em Gaza são uma resposta à expansão de colônias judaicas no território palestino, aumento da repressão e intensificação dos apartheid imposto em Gaza e na Cisjordânia.
A segregação étnica promovida pelo Estado de Israel é condenada internacionalmente pela ONU e repudiada pela maioria da comunidade internacional. Trata-se da existência de dois sistemas jurídicos dentro do Estado de Israel, um para judeus e outro para palestinos. Para se ter uma ideia, os judeus israelenses atingem a maioridade penal aos 18 anos, já os palestinos aos 12 anos; são crianças sendo presas, torturadas e mortas de maneira sistemática pelas estruturas policiais e militares israelenses.
A população civil israelense também é vítima do sistema de poder sionista que trata-se de uma composição de setores que incluem o empresariado do setor militar e de segurança, alta cúpula do exército e grupos políticos de extrema-direita, hoje sob a liderança do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu. Ao contrário do que procuram difundir, o Estado de Israel não é uma democracia de tipo ocidental, e sim uma ditadura empresarial-militar, que dirigem o processo eleitoral e a opinião pública de maneira bastante direta, e utiliza do “inimigo palestino” como motivo para a restrição de liberdades e possibilidades de projetos alternativos no país. O apartheid que massacra o povo palestino é também o que alimenta a elite político-militar-empresarial sionista.
Onde vive o apartheid, a paz não pode viver. Por isso, nos somamos as vozes que clamam pela aplicação imediada das Resoluções das Nações Unidas – ONU sobre o conflito palestino-israelense, entre elas:
Resolução 181, de 29 de novembro de 1947: a solução de dois povos, dois estados.
Resolução 242, de 22 de novembro de 1967: retirada das forças israelenses dos territórios ocupados após a Guerra dos Seis Dias de 1967, o reconhecimento dos direitos dos refugiados palestinos e a solução pacífica do conflito.
Resolução 465, de 1º de março de 1980: condena a construção de assentamentos israelenses nos territórios ocupados.
Resolução 478 , de 20 de agosto de 1980: declara a decisão de Israel de anexar Jerusalém Oriental como “nula e sem efeito”.
Resolução 1397, de 12 de março de 2002: reafirmava a Resolução 242 e advogava por uma solução de dois estados para o conflito.
Resolução 1860, de 8 de janeiro de 2009: exigia uma investigação independente sobre os ataques israelenses à Faixa de Gaza.
Resolução 2334, de 23 de dezembro de 2016: declarava que os assentamentos israelenses nos territórios ocupados são “ilegais” e “constituem uma violação grave do direito internacional”.
Reiteramos nosso apoio a solução de “dois povos, dois estados”, o estabelecimento do estado palestino dentro das fronteiras de 1967, com a capital em Jerusalém Oriental, fim imediato da colonização israelense nos territórios palestinos.
Entendemos que o respeito às resoluções da ONU é o caminho para uma paz real e duradora na Palestina.
São Paulo, 09 de outubro de 2023
Ricardo Saraiva
Secretario de Relaciones Internacionales de Intersindical
Nilza Pereira
Secretaria General de Intersindical
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