Uma nona marcha de manifestações contra o governo de Michel Temer, por eleições diretas e contra a retirada de direitos civis, trabalhistas e previdenciários foi realizada quinta-feira (9), em São Paulo, sob forte esquema de segurança por parte da PM.
Cerca de 15 mil manifestantes das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular caminharam do Largo da Batata, zona Oeste de São Paulo, até à casa do novo presidente, no Alto de Pinheiros. O objetivo do ato, realizado durante a semana, é manter uma mobilização constante. Para o próximo domingo (11) se espera milhares na avenida Paulista, assim como ocorreu no domingo passado (4).
Apesar da previsão de participantes ser bem menor, a PM promoveu uma revista geral em quem tentava se aproximar das imediações, cercou o local de viaturas, motocicletas e helicópteros. Uma das saídas da estação de metrô Faria Lima foi fechada.
Antes do início da caminhada, jornalistas se concentravam num canto do Largo da Batata usando máscaras de gás e capacetes, na tentativa de se protegerem contra possíveis ataques da Polícia Militar.
Três blindados Guardião, carros que lançam água e bombas de efeito moral, foram estacionados no Largo da Batata.
O militante do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Josué Rocha, leu uma carta aberta endereçada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), assinada por professores, intelectuais, juristas e artistas: “A ação desproporcional e truculenta da PM é inadmissível em um Estado de Direito. É um padrão que se repete no dia a dia contra o povo pobre das periferias. O uso da violência atinge o coração do regime democrático. A preservação da ordem não pode justificar o uso da violência desproporcional, o excesso e o arbítrio. Se se quer preservar o direito democrático, essas coisas não podem prevalecer.”
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