Estudantes de pelo menos 18 campi dos Institutos Federais do Espírito Santo e de 10 escolas da Rede Estadual na Grande Vitória estiveram presentes, em ato público que teve início na Pracinha de Jucutuquara, por volta das 14 horas, e saiu em Marcha em direção ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória. A atividade fez parte de uma programação nacional de mobilização.
A aula desta segunda-feira (24) foi na rua, e foi lecionada por milhares de estudantes do Espírito Santo que ocuparam as avenidas da capital contra a PEC 241 e contra a Reforma do Ensino Médio propostas pelo golpista Temer. Foi uma aula de democracia, de esperança contra tantas medidas que buscam retirar direitos sociais e solapar os avanços conquistados pelo povo na Constituição de 88.
“Nós, secundaristas, entendemos que não deve haver um limite para investimento em educação, pelo contrário, esses investimentos devem aumentar. A economia do país vai mudando, e os investimentos precisam acompanhar esse processo. Não vamos aceitar retrocessos na educação, que tem que ser universal, gratuita e de qualidade. A gente vai lutar, ocupar e resistir”, disse Virgínia Monteiro, representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), sobre a mobilização.
Estudantes de pelo menos 18 campi dos Institutos Federais do Espírito Santo e de 10 escolas da Rede Estadual na Grande Vitória estiveram presentes, em ato público que teve início na Pracinha de Jucutuquara, por volta das 14 horas, e saiu em Marcha em direção ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória. A atividade fez parte de uma programação nacional de mobilização.
Além da PEC 241, que congela por 20 anos os investimentos públicos para as políticas de saúde, educação e assistência social, os estudantes protestaram contra a contra a MP 746, que propõe reforma o ensino Médio.
“Como estudantes e como cidadãos, a gente sente a necessidade de estar na rua, dizendo não a essa PEC e à reforma do ensino médio. O projeto de contrareforma passa por cima do Plano Nacional de Educação (PNE), construído junto com os professores e alunos que estão dentro da escola. Quando ocorre uma reformulação do ensino, ela tem que acrescentar na vida do aluno, e não tirar, como acontece com essa medida, que exclui disciplinas essenciais para a nossa formação”, disse Brenda Lau, presidente do grêmio do Colégio Estadual.
Durante o ato, os estudantes do Colégio Estadual decidiram ocupar o prédio da escola, ampliando o número de ocupações escolares em todo o país. O Estadual é a quarta escola ocupada na Grande Vitória, se somando à Escola Estadual Professor Agenor Roris, em Vila Velha; Escola Estadual Almirante Barroso, em Vitória; Escola Estadual Professora Maria Penedo (Polivalente), em Cariacica. No interior estão ocupados os campi de São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). No Brasil, já são mais de mil ocupações.
A presidente do Grêmio do Colégio Estadual falou sobre a importância das ocupações como instrumento de luta e de resistência dos estudantes às medidas do governo.
“As ocupações são legítimas, são uma forma de protesto. Os alunos continuam tendo aulas de preparação para o Enem, tendo oficinas e outras programações, então a ocupação não atrapalha a nossa formação. A gente só quer dizer para o governo os motivos pelos quais somos contra esses projetos e como eles prejudicam a população, e queremos que eles nos ouçam”, destacou Brenda.
Hoje, estudantes, professores, bancários e profissionais de outras categorias caminharam juntos contra os ataques aos direitos do povo. “É na luta que a gente constrói a nossa dignidade. Não é à toa que querem fazer a reforma da educação, tirar sociologia e filosofia do currículo. É porque querem nos impedir de pensar, e é pensando que damos conta do nosso destino, da nossa vida. É por isso que temos que fazer essa luta, e o futuro desse país está nessa juventude que ocupa as ruas hoje”, disse o coordenador geral do Sindicato dos Bancários/ES, Jonas Freire.
Antes de seguir para o Palácio Anchieta, onde aconteceu o encerramento do ato, os manifestantes realizaram uma aula pública na Avenida Jerônimo Monteiro, em frente à Praça Oito, para dialogar com a população sobre as consequências da PEC 241.
Na manhã desta segunda, trabalhadores e trabalhadoras realizaram outro ato público contra a PEC 241 e a retirada de direitos, que também fez parte da programação deste dia nacional de lutas. A proposta é preparar a classe trabalhadora para uma greve geral.
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