Por volta das 18h de quinta-feira (03/08), os profissionais da educação de Duque de Caxias ocuparam a Câmara Municipal em protesto contra um projeto de lei que tramita em regime de urgência para diminuir os salários dos servidores municipais.
Entre as principais medidas, estão a redução da gratificação por difícil acesso e do percentual de reajuste salarial.
Há ainda outro projeto que prevê o aumento do desconto mensal da contribuição previdenciária de 11% para 14%.
Além dos professores sofrerem com o atraso e o parcelamento dos salários mês a mês, Gustavo Miranda, diretor do Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ) e membo da Direção Nacional da Intersindical, dá detalhes dos absurdos que estão acontecendo em Duque de Caxias:
“O governo de Washington Reis vem atacando os servidores desde o inicio de seu mandato com atraso e parcelamento dos salários. Tal situação levou os profissionais a deflagrar a greve. A resposta do governo foi o desconto integral dos salários. Alem disso, o governo de Washington Reis cortou a contribuição dos sócios do sindicato. Um verdadeiro absurdo! Se não bastasse tal situação, o governo ainda mandou um projeto de lei a Câmara, em regime de urgência, com o objetivo de impor retrocessos históricos aos direito dos servidores do município. E a resposta dos servidores foi a legitima ocupação da Câmara Municipal”.
Entretanto a truculência do governo ainda se manteve. O presidente da Câmara, aliado de Washington Reis, impediu até 1 da madrugada do dia 4 a entrada de alimentos e acesso a banheiro. Os educadores tiveram que fazer suas necessidades em latas de lixo. “Um absurdo que atenta contra o direito de manifestação e a dignidade da pessoa humana”, relata Miranda.
O prefeito avisou que só poderá receber os manifestantes na segunda-feira. “Nosso receio é de que eles votem o projeto hoje ou no final de semana. Por isso, dormimos aqui. Não vamos sair enquanto isso não for acertado. A gente quer diálogo para discutir o projeto, que foi feito sem ele discutir com a categoria” — diz a professora Thays Rosalin, uma das diretoras do Sepe de Caxias.
Um professor disse em entrevista ao jornal Extra que um segurança tentou estrangulá-lo.
“Estava dentro do plenário e ele tentou me estrangular. Duas servidoras conseguiram afastá-lo de mim, mas ele me derrubou no chão. Estou com o joelho inchado”, relatou Marcos Luís Oliveira da Costa, também diretor do Sepe.
Num vídeo enviado por servidores, aparecem dois professores sendo levados por seguranças para fora do plenário.
A assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores negou as informações ao jornal Extra.
Do lado de fora, há servidores protestando contra o projeto e policiais militares na entrada da Câmara, que está isolada.
Fotos: Jornal Extra
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
Clique aqui e curta nossa página no Facebook
Inscreva-se aqui em nosso canal no YouTube
Tópicos relacionados
Comentários