Integrantes de movimentos sociais e sindicais ocuparam ontem (29) diversas vias públicas do país e prometem fazer o mesmo nesta terça-feira (30) e quarta-feira (31) em protestos contra o golpe orquestrado pela direita conservadora para implementar uma política recessiva e antipopular por meio das reformas previdenciária e trabalhista, entre outras.
Em São Paulo, a manifestação em defesa da democracia realizada na noite de segunda, na Avenida Paulista, foi severamente reprimida pela Polícia Militar, que disparou bombas de efeito moral e usou gás lacrimogêneo, provocando tumulto e correria. Manifestantes foram impedidos de se aproximar do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“Essa ofensiva da direita não visa apenas a substituir o governo, o qual não apoiamos, visa implantar uma agenda para transferir recursos do povo ao grande capital e às multinacionais de modo a restabelecerem o acúmulo de capital”, disse o secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Edson Carneiro Índio, em entrevista à Agência Brasil e ao site G1. Índio explicou que os policiais “tentaram interromper a manifestação antes de começar”.
Nesta terça-feira (30), três companheiros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram detidos por ocuparem vias da capital paulista. Uma quarta pessoa, que passava pelo local, também foi arbitrariamente detida.
A Marginal Tietê no sentido Rodovia Ayrton Senna foi interditada logo pela manhã. A Marginal Pinheiros, na altura da Ponte Transamérica, também foi bloqueada por meia hora, por volta das 7h. A Rodovia Régis Bitteencourt foi bloqueada na altura do km 272. A Avenida Nove de Julho foi bloqueada na altura do Vale do Anhangabaú.
Também houve registro de manifestações na Radial Leste, próxima a estação Itaquera do Metrô, e na Avenida Jacu-Pêssego, próxima ao Rodoanel e à divisa com Mauá.
O líder do MTST, Guilherme Boulos, afirmou em sua página no Facebook que “as ações de hoje são expressão da resistência contra o golpe em curso no Brasil”.
“Um golpe contra a soberania do voto popular, mas também contra os direitos sociais. Os direitos dos trabalhadores e os programas sociais, conquistados com muita luta, estão seriamente ameaçados pelo governo ilegítimo de Michel Temer. As contratações de moradia do programa Minha Casa Minha Vida permanecem suspensas. Não aceitamos o golpe, nem contra a democracia nem contra nossos direitos. Não reconhecemos no Senado a legitimidade para decidir os destinos do país. A resistência seguirá nas ruas”, diz ele.
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