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Medidas de austeridade causam rebelião popular no Equador

rebelião popular no Equador
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Após medidas de austeridade anunciadas em 1° de outubro, o Equador vive onda de manifestações da últimas duas décadas e coloca em xeque o governo neoliberal de Lenín Moreno

O Governo de Lenín Moreno eleito em 2017 pela “Revolução Cidadã”, partido fundado pelo seu antecessor o ex-presidente progressista Rafael Correa, é um exemplo clássico de traição ao programa e às bases que o elegeram. Ao assumir o governo rompeu com Correa e se dedicou a desmontar as conquistas sociais do período anterior. Iniciou um conjunto de medidas de caráter neoliberal, além disso se reposicionou nas relações internacionais, se transformado em um vassalo do imperialismo norte-americano, exemplo disso foi a entrega, para a polícia britânica, de Julian Assange fundador do WikiLeakes e perseguido político que se encontrava protegido na embaixada equatoriana em Londres.

Mas a transformação de Lenín Moreno não parou por aí. Após depois anos de governo desastroso em todos os setores, se converteu em mais um membro do “clube da austeridade” da América Latina, composto por membros ilustres como Bolsonaro e Macri. Em comum entre eles a paixão mal correspondia pelos EUA e os desempenhos econômicos humilhantes.

O presidente equatoriano cedeu de maneira vergonhosa as imposições do Fundo Monetário Internacional –FMI. Em troca de empréstimo no valor de 4,2 bilhões de dólares, aceitou um plano de austeridade que irá sufocar a já enfraquecida economia do país e jogará o povo na indigência. 

Estas medidas de “austeridade”, chamadas de “Paquetazo”, não passam de uma redução brutal de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, nelas estão previstas a redução salarial de até 20% de trabalhadores do setor público, redução do período de férias, confisco mensal do valor de um dia de salário dos funcionários públicos, além de outros ataques a direitos sociais e laborais. Pretende com isso reduzir o gasto público e garantir o pagamento da dívida externa do país. Estas medidas tem levado à falência todos os países que se sujeitaram a ela, como o já citado exemplo Argentina governada por Macri.

Para agravar ainda mais a situação, aceitou retirar os subsídios do diesel e da gasolina, o que fez aumentar o preço dos combustíveis em 127%, uma medida que gera, por consequência, a elevação dos preços de todas as demais mercadorias, o que afeta profundamente o consumo das famílias equatorianas.

O povo equatoriano, com razão, não aceitou a imposição do “Paquetazo” anunciada em 1° de outubro e deu início uma massiva mobilização nacional que unificou trabalhadores, povos indígenas e estudantes. Tomaram as estradas e organizaram marchas por todo o país rumo a capital Quito. Diante da massiva adesão aos protestos, e temendo um cerco popular contra o Palácio de Carondelet (edifício presidencial), o transferiu a sede do governo para a cidade de Guayaquil e elegeu Quito com campo de batalha contra o povo do seu próprio país.

O governo decretou Estado de Exceção, com toque de recolher após as 22 horas e ampliação da repressão contra os manifestantes. O resultado dos enfrentamentos até o momento já passa de 500 detidos, 7 mortos e outras centenas de feridos.

A Intersindical Central da Classe Trabalhadora, em conjunto com outras entidades sindicais da América Latina filiadas à Federação Sindical Mundial, tem reforçado a solidariedade às organizações populares e sindicais do Equador. É fundamental denunciarmos as medidas “austericidas” do governo equatoriano representadas pelo Paquetazo, e a forte repressão que este tem realizado contra o povo digno do Equador.

Texto: Pedro Otoni

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Comentários

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  1. anelise disse:

    Perfeito…Temos que apoiar os países vizinhos. Mas porque não estamos nas ruas aqui no Brasil, lutando por nossa Previdência? O mundo está caindo e não temos lideranças para mobilizar o povo.

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