Por: Patrícia Carretero*
O Senado Federal, majoritariamente composto por homens, revelou mais uma vez seu caráter machista, misógino e racista. Durante a reunião da Comissão de Infraestrutura, o presidente Marcos Rogério (PL) interrompeu a fala da ex-senadora, hoje Ministra de Estado, Marina Silva – mulher negra, de origem popular, ativista reconhecida – para dizer que ela precisava “se colocar no seu lugar”. Pois nós dizemos: o lugar de uma mulher é onde ela quiser!
Nenhum homem tem o direito de humilhar ou oprimir uma mulher por seu gênero, raça ou classe social. Essa prática é violência política e precisa ser denunciada. É inaceitável que parlamentares usem o espaço público para propagar preconceitos.
Plínio Valério (PSDB) foi além e explicitou sua misoginia ao afirmar que respeitava a mulher, mas não a ministra – reduzindo Marina Silva a uma função subalterna e desqualificando sua atuação política. Já Omar Aziz tentou desmerecer a ministra ao dizer que ela “anda na Avenida Paulista”, como se sua luta pelo meio ambiente fosse demagogia eleitoral. A ministra respondeu com firmeza: sua luta é pelo meio ambiente, por justiça social e por ética na política.
A escalada de machismo não parou: Plínio Valério chegou ao cúmulo de dizer, com tom de ameaça, que “imaginem o que é ficar com a ministra seis horas sem querer enforcá-la”. Isso é incitação à violência e precisa ser tratado como crime.
Nós, da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, repudiamos veementemente qualquer forma de machismo, misoginia, racismo e violência política de gênero. Expressamos toda a nossa sororidade e solidariedade à companheira Marina Silva.
Não passarão!
** Patrícia Carretero é Secretária da Pasta de Mulheres da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
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