Começa hoje (13), em São Paulo, o 1º Seminário Internacional da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e da Federação Sindical Mundial (FSM). Resultado do esforço conjunto entre Intersindical e FSM, o seminário reúne dirigentes sindicais de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Nicarágua, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela. De acordo com o secretário de Relações Internacionais da Intersindical, Ricardo Saraiva, o Big, o objetivo do seminário é “debater formas de resistências e alternativas ao avanço do neoliberalismo e propor ações conjuntas na defesa dos trabalhadores e da soberania latino-americana e caribenha”.
O primeiro dia do evento começa com a mesa “Geopolítica mundial”, com as participações de Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro; Iván González, do Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela; e Bernadete Menezes, da direção nacional da Intersindical. À tarde, a mesa “Conjuntura Latino-Americana” recebe Carmela Sifuentes, vice-presidenta da Central Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP); José Ortíz, presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores Públicos e Privados (CGTP) do Chile; Ismael Drullet Peréz, secretário de Relações Internacionais da Central dos Trabalhadores Cubanos (CTC); além de Amauri Soares e Andreia Dias, dirigentes nacionais da Intersindical.
A partir das 19h, o seminário dá espaço ao Ato Internacional Pela Paz da Venezuela, com a presença confirmada de dezenas de lideranças políticas, populares e sindicais brasileiras, latino-americanas e caribenhas. O intuito do ato é claro: rechaçar a intervenção e as provocações dos Estados Unidos contra o povo e o governo venezuelano e defender o princípio de autodeterminação dos povos. “Trump, tire as patas da Venezuela e da América Latina!”, sintetiza Big.
A mesa “Conjuntura e Mundo do Trabalho” abre as atividades do segundo dia (14) do seminário internacional, com repasses sobre a situação dos trabalhadores em cada país. Participam o colombiano Uber Ballesteros (Central Única dos Trabalhadores), o argentino Sergio González (FSM Cone Sul), o panamenho Erubey Villarreal (Federação Autêntica dos Trabalhadores), o nicaraguense Miguel Ruiz (Central Sandinista dos Trabalhadores), o uruguaio Marcos Lombardi (Sindicato Único do Transporte) e o juiz do Trabalho brasileiro Hugo Melo.
Para finalizar, no painel “Mundo do Trabalho e desafios do Movimento Sindical” o equatoriano Édgar Sarango (Central dos Trabalhadores do Equador) e o cubano Ernesto Freire (FSM América Latina) dividem a mesa com os brasileiros Thomas Jensen, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e Andreia Galvão, da Universidade de Campinas (Unicamp).
Para o secretário de Relações Internacionais da Intersindical, Ricardo Saraiva, o Big, a expectativa da organização do evento é colocar o debate do anti-imperialismo e anticapitalismo no centro do movimento sindical latino-americano, propondo ações conjuntas entre as entidades participantes do seminário. “Precisamos nos articular internacionalmente, cada vez mais, para fazer frente aos ataques contra o povo e a classe trabalhadora em todo continente”, defende o dirigente da Intersindical. Nesse sentido, a atuação conjunta entre a Intersindical e a Federação Sindical Mundial (FSM) deve ampliar a unidade latino-americana e caribenha e apontar para a construção da Patria Grande.
Nos dias 13 e 14 de março de 2019 em São Paulo- Brasil, realizamos o Seminário internacional da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Federação Sindical Mundial – FSM, com representações de delegações de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Nicarágua, Panamá, Peru, Uruguai, Venezuela, e do Escritório na América Latina e Caribe da FSM.
Reconhecemos as contribuições oferecidas pelos representantes das organizações sindicais internacionais, da Intersindical e convidados institucionais, que indicaram ações concretas a serem desenvolvidas pelo sindicalismo classista, tomando em consideração a geopolítica mundial, a conjuntura do mundo do trabalho nos países da região e os desafios para o movimento sindical.
O eixo central dos debates a luta pela paz e contra a ofensiva imperialista dos Estados Unidos da América – EUA contra a América Latina e Caribe, e em especial, contra a República Bolivariana de Venezuela.
O imperialismo tem intensificado o uso de golpes parlamentares, do ataque midiático e dos processos judiciais executado por magistrados subservientes aos interesses dos EUA contra os governos progressistas em todo o continente. Esta tem sido a marca dessa nova etapa da ofensiva dos EUA em nosso continente.
O ponto mais crítico desse ataque contra a soberania dos povos de Nossa América é sem dúvida a Venezuela. A oposição venezuelana, subordinada e orientada pela Casa Branca, se demonstrou incapaz de ganhar eleições limpas. Seu fracasso eleitoral a leva a utilizar dos recursos dos mais bárbaros contra o conjunto da população. Como exemplo, promover a guerra econômica com o sequestro de alimentos e insumos básicos por parte dos empresários, com o intuito de criar escassez, fome e caos na sociedade venezuelana.
O governo venezuelano tem denunciado que os EUA estão por trás de todas as medidas assumidas pela oposição burguesa, porque o objetivo central do imperialismo é derrubar o governo para roubar e controlar os recursos naturais do país, em especial o petróleo.
Que depois do fracassado intendo de invadir a Venezuela com um discurso falso de ajuda humanitária os EUA utilizaram alta tecnologia para cortar a energia de mais de 70% do território. Esses dois últimos ataques fizeram com que o conjunto da população venezuelana saísse às ruas do país para dizer não a intervenção norte americana e em defesa da soberania nacional.
A crise da Venezuela não é um processo isolado. A crise de hegemonia dos EUA, o leva a procurar recompor suas perdas geopolíticas e econômicas na Ásia e África no aumento do controle sobre os recursos latino-americanos. Para isso, pretendem levar o conjunto das nações de nosso continente ao pântano do conflito armado.
O governo brasileiro, sob a presidência de Bolsonaro, se transformou em marionete do imperialismo. A primeira ordem de Washington para o novo governo brasileiro foi romper definitivamente com o BRICS, e utilizar do peso regional brasileiro para atacar a Venezuela por meio da ameaça militar direta e da pressão diplomática via o Grupo de Lima. A postura do governo brasileira agride os interesses nacionais, a constituição e a tradição diplomática brasileira.
– Nossa total solidariedade a Venezuela! Exigimos respeito à soberania nacional e a legitimidade do governo Maduro, o único e legítimo presidente da República Bolivariana da Venezuela.
– Nosso comprometemos, enquanto membros da Federação Sindical Mundial na América Latina, fazer todos os esforços, com a mais ampla unidade de todos os setores do movimento social internacional, para construirmos uma grande campanha internacional em defesa da Soberania dos Povos, dos Direitos dos trabalhadores e pela Paz no Continente.
– Repudiamos a conduta dos governos Brasileiro, Chileno, Equatoriano, Colombiano, Argentino e Paraguaio por suas posturas submissas ao imperialismo, que submetem suas nações aos interesses estadunidenses.
– Repudiamos o bloqueio criminoso operado pelos EUA sobre o povo Cubano.
– Exigimos a investigação, condenação e punição dos assassinos e dos mandantes de Marielle Franco. Justiça a Marielle e Anderson.
Viva a Revolução Bolivariana na Venezuela!
Viva a resistência dos povos da América Latina!
Marielle Vive!
Lula Livre!
São Paulo, 14 de março de 2019
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