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Secretaria da Educação de Alckmin amplia a violência na ‘guerra’ declarada contra os estudantes

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INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora

Vinte e quatro horas depois do coletivo Jornalistas Livres vazar a gravação, com membros da alta cúpula da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo declarando “guerra” contra os estudantes que ocupam escolas em protesto contra a reorganização escolar, ações violentas foram registradas em diversas unidades ocupadas.

Na escola E.E Coronel Sampaio, em Osasco, um grupo de pessoas não identificadas invadiu a escola e começou a quebrar cadeiras, roubar materiais e vandalizar o prédio. Imediatamente a Polícia Militar invadiu o local jogando bombas de gás contra os estudantes para forçá-los a sair. Houve pânico.

Um incêndio nos fundos da escola encheu o local de fumaça. Um estudante ficou intoxicado com o gás, outros ficaram feridos pelos cacos de vidro das janelas que foram quebradas. Aterrorizados, muitos estudantes que ocupavam o prédio saíram.

Na escola Honório Monteiro, em M’Boi Mirim, extremo sul da capital, pelo menos dez policiais invadiram o local, sem mandado judicial e detiveram alunos que filmavam a ação. Na Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste, policiais agiram com agressividade e truculência.

Na manhã desta terça-feira (1), a escola Maria José, no bairro da Bela Vista, um grupo pequeno de pais, incentivados a todo o momento pela Diretoria de Ensino (D.E.), diretoria da escola e apoiados pela Polícia Militar, também invadiu a escola pelos fundos, depredando mesas e cadeiras da escola.

Estudantes e jornalistas foram agredidos pela PM, que, após invadir a escola, bateu em retirada, juntamente com a direção. Neste momento, estudantes, país e professores estão de plantão em frente a escola, que foi reocupada pelos estudantes após a saída da PM.

Existem informações que ações deste tipo estão acontecendo em outras escolas no dia de hoje.

Manifestações

Na manhã desta segunda-feira, diversos estudantes fecharam por horas o cruzamento da Avenida Rebouças com a Faria Lima. Trabalhadores que passavam pelo local e profissionais da imprensa colaboraram com os estudantes, compondo a paralisação.

Nesta terça os estudantes voltaram a ocupar a Marginal Tietê. Os estudantes montam uma sala de aula no meio da Marginal para protestar contra a “reorganização” imposta pelo governo à rede estadual.

Vazamento de reunião

Na manhã de segunda-feira (30), pelo menos 40 dirigentes de ensino do estado se reuniram com Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário de Educação Herman Voorwald, e receberam instruções de como quebrar a resistência de alunos, professores e funcionários.

A tática, segundo ele, é desqualificar e desacreditar o movimento, isolar as escolas mais organizadas e identificar os manifestantes. Padula chega a repetir por diversas vezes que se trata de “uma guerra”, que merece como resposta “ações de guerra”.

O chefe de gabinete orienta que sejam documentadas, gravadas e filmadas todas as tentativas de negociação com os estudantes para mostrar uma postura moderada diante da opinião pública para vencer “a guerra de informação”.

Em seguida, ele revela que em três escolas os policiais já estão fotografando professores, alunos e apoiadores do movimento, chegando até a anotar as placas dos carros no entorno das ocupações.

O áudio foi publicado pelo coletivo Jornalistas Livres (ouça aqui).

Padula também contou que seria editado um decreto autorizando a Secretaria da Educação a mudar ostensivamente pessoas no atendimento das escolas. De fato o decreto que autoriza a transferência de professores para a implementação da reorganização escolar foi publicado hoje no Diário Oficial do Estado de SP.

Desta forma, os professores identificados nas ocupações sofrerão “retaliações”, pois poderão ser deslocados para outras escolas.

Leia também:
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Estudantes tentam impedir a entrada da PM (foto: Alexandre Maciel)

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Spray de pimenta foi usado contra estudantes e imprensa (foto: Alexandre Maciel)

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Estudantes foram agredidos (foto: Alexandre Maciel)

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Diversos policiais foram vistos sem identificação (foto: Alexandre Maciel)

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