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Sindibancários/ES completa 87 anos e celebra a história de Luta dos Bancários e Bancárias capixabas

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União e mobilização dos bancários e bancárias capixabas marcaram a trajetória da entidade na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e das empresas públicas

Hoje é dia de comemoração para os bancários e bancárias capixabas! O Sindibancários/ES completa 87 anos nesta terça-feira, 12. Ao longo dessas décadas, o Sindicato construiu, junto com os trabalhadores e trabalhadoras, uma história de luta e resistência por salário digno, valorização profissional, melhores condições de trabalho e de vida. Atualmente, diante dos incessantes ataques aos direitos dos trabalhadores, o Sindibancários/ES se torna mais do que nunca o guardião da luta da categoria bancária e da classe trabalhadora, junto com outras entidades sindicais.

Cada página dessa história é importante para compreender como chegamos até aqui. A cada ato sindical, manifestação, greve, a cada campanha salarial nós saímos ainda mais forte. Foi, e ainda é, com unidade, mobilização, transparência, compromisso com a classe trabalhadora e com a luta por uma sociedade igualitária que construímos nossa história e conquistamos direitos, como a jornada de seis horas, vale alimentação, vale refeição, plano de saúde, PLR, e tantos outros benefícios.

Mas nesses 87 anos também sofremos duros golpes. Um dos mais recentes foi a aprovação da reforma trabalhista que arrancou conquistas da classe trabalhadora. A categoria bancária já sente o impacto dessa mudança perversa. Demissões sem justa causa, descomissionamentos, corte de postos de trabalho, pressão por metas e assédio estão cada vez mais presentes no dia a dia dos bancários e bancárias. Nessa conjuntura, a unidade da categoria e o fortalecimento do Sindibancários/ES se tornam, mais do que nunca, essenciais para a manutenção das conquistas,

“Hoje, parabenizamos os bancários e bancárias capixabas que são os responsáveis pela construção e vivacidade da nossa entidade. Todas nossas lutas por direitos só foram possíveis com a participação e engajamento da categoria. Diante dessa conjuntura tão adversa, de contínuos ataques aos trabalhadores, é importante olhar para a história do Sindicato, relembrar cada batalha que enfrentamos e renovar nossas forças para seguir em frente. Nosso Sindicato sempre foi e continuará sendo de luta em defesa dos trabalhadores e por uma sociedade justa e igual para todos. Parabéns aos bancários e bancárias capixabas e vamos seguir juntos, resistindo aos ataques de governos e patrões”, parabeniza o coordenador geral do Sindibancários/ES, Jonas Freire Santana.

Confira momentos marcantes desses 87 anos do Sindibancários/ES

Ao lado de outras entidades sindicais e movimentos sociais, o Sindicato também foi protagonista na luta por respeito aos direitos de todos os povos e pela superação da desigualdade social e econômica.

O Sindibancários/ES também participou das manifestações populares em 1992 pelo afastamento do então presidente da República, Fernando Collor de Melo. Com o slogan “Pede a Conta Collor” e personagens caracterizados de PC e Collor, bancários e bancárias foram às ruas pelo impeachment, que foi aprovado mesmo após a renúncia de Collor, em dezembro de 1992.

Em 1987, os bancários também foram às ruas na Greve Geral por melhores salários, empregos e cidadania. Em 2013, a categoria voltou às ruas em nova Greve Geral em defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade.

Reprografia – Originais em papel

Em 18 de outubro de 1996, a direção do Banestes demitiu 700 funcionários do banco. A política era de enxugamento da instituição. Na segunda-feira seguinte, uma grande marcha tomou conta do Centro de Vitória. Um fundo financeiro para os demitidos foi criado no Estado.

Também é marca do Sindibancários/ES a defesa da manutenção e fortalecimento dos bancos públicos, em especial do Banestes e do Bandes, genuinamente capixabas. Ao longo desses 82 anos, foram inúmeras as tentativas de privatização do Banestes, como em 2002, no Governo de José Ignácio, e em 2009, no segundo mandato de Paulo Hartung. Com muita garra e união dos bancários e com o apoio da sociedade capixaba, foram vencidas muitas tentativas de privatização e o Banestes segue sendo público e estadual.

O Sindibancários/ES liderou a criação do Comitê em Defesa do Banestes, em 1991, envolvendo vários setores da população capixaba. E em 2009, com o anúncio do governador Paulo Hartung da proposta de venda do Banestes para o Banco do Brasil, o Comitê, coordenado pelo Sindibancários/ES organizou um plesbicito popular, em que mais de 91% dos capixabas disseram “não” à venda do banco.

Com o anúncio da abertura de venda de ações da Caixa, em dezembro de 2014, os bancários se mobilizaram e conseguiram barrar o processo. Em 2015, a luta em defesa da Caixa 100% pública foi uma das principais bandeiras da categoria. Mas a ameaça de privatização do banco tornou-se ainda mais forte no governo Bolsonaro, que já anunciou a intenção de vender as subsidiárias da Caixa, incluindo o banco digital, que ainda está em processo de criação. Por isso, neste dia 12 de janeiro quando a Caixa completa 160 anos,  o Sindibancários/ES realiza um ato em defesa da Caixa 100% pública e pela valorização dos empregados.  A ação acontece em frente à agência Beira Mar, no Centro, em Vitória.

Conquistas

Greves, paralisações e ações sindicais foram alguns dos instrumentos utilizados pelos bancários para garantir os direitos da categoria. Em 1986, por exemplo, os bancários conseguiram garantir o auxílio-creche em uma greve nacional que parou 500 mil bancários e foi duramente reprimida pelo Governo José Sarney.

Em 1985, no dia 30 de outubro, os bancários da Caixa entraram em greve durante 24 horas e conquistaram o reconhecimento como bancários e a jornada de trabalho de seis horas. A primeira greve exclusiva dos bancários do Banestes aconteceu em 1987 e resultou em um aumento de 20% nos salários.

Assembleia Geral dos bancários durante Campanha Salarial em março de 1987.

Mais tarde, em 1990, com a posse do presidente Fernando Collor, tem início as privatizações e o estímulo ao “ajuste” nos bancos, o que se traduz em demissões em massa e terceirizações, gerando muitos protestos por parte dos bancários. Nesse ano, foi conquistado o tíquete-refeição após uma greve nacional de 13 dias que teve como lema “Esta Primavera Tem que Ser Nossa”, que se contrapunha à campanha dos patrões que previam um “setembro negro” com paralisações violentas.

Protesto dos bancários contra as privatizações no governo de Collor.

Já a garantia da unificação nacional dos pisos salariais veio após uma greve de três dias, em 1991. No ano seguinte, foi assinada a primeira Convenção Coletiva, que garantiu direitos iguais em todo o território nacional, num primeiro momento valendo para bancos privados e estaduais.

Em 1996, a greve da categoria levou à conquista de 10,8% de reajuste salarial. Mas nos bancos públicos foi arrocho salarial, com reajuste zero. Em 1996 também aconteceu uma das maiores greves gerais.  Foi no dia 21 de junho quando 12 milhões de trabalhadores aderiram à paralisação contra o desemprego, por melhores salários, por reforma agrária, contra as reformas neoliberais na Previdência e por uma aposentadoria digna.

No primeiro Acordo Coletivo dos anos 2000, a categoria conseguiu a inclusão da cláusula sobre igualdade de oportunidades na Convenção Coletiva. Em 2003, os bancários de bancos públicos conquistaram a mesma PLR dos bancos privados, após mobilização e greve da categoria. Na Campanha Salarial de 2012, os bancários conquistaram uma importante cláusula no eixo sobre saúde: o trabalhador que aguarda o recebimento do benefício do INSS passou a ter sua remuneração mantida pelo banco, garantindo a assistência necessária em um período em que o bancário mais necessita.

Em 2013, os bancários e bancárias conquistaram abono assiduidade de um dia, vale cultura e proibição de envio de mensagem por celular para cobrar resultado. E no ano de 2015, os bancários protagonizaram uma das maiores greves da categoria. Eles cruzaram os braços durante 21 dias e foi essa forte mobilização que impediu o arrocho salarial que os bancos e governos queriam impor, com índice de reajuste abaixo da inflação.

FONTE: Sindibancários-ES

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