Manifestação organizada por centrais sindicais reuniu categorias diversas em frente à sede do BC durante decisão do Copom
Em um ato marcado por bandeiras e palavras de ordem, representantes da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e outras organizações sindicais realizaram na manhã desta terça-feira (17) o “Protesto por Juros Justos” diante da sede do Banco Central na Avenida Paulista. A mobilização ocorreu na mesma data à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a Selic, taxa básica de juros do Brasil.
Durante a manifestação, Manoel Elidio Rosa (o “Mané Gabeira”), Direção Nacional da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Dirigente do Coletivo Bancários na Luta, criticou a gestão do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e sua visão supostamente subordinada aos interesses do mercado: “O povo não aceita mais políticas que privilegiem banqueiros. O Brasil precisa de educação, saúde e aposentadoria dignas, e não de juros que penalizam a maioria”, declarou, lembrando declarações recentes de Galípolo sobre a relação entre economia e sociedade.
“O doutor Galípolo estudou com Beluzzo, que defendia a primazia da sociedade sobre a economia. É hora de lembrar disso”, completou Mané.
A Intersindical destaca a urgência de uma política econômica que priorize os trabalhadores e o desenvolvimento nacional. Juros elevados beneficiam apenas o setor financeiro, sufocam a economia e prejudicam a população. Seguimos na exigência de redução imediata das taxas e medidas que estimulem geração de emprego e renda, conforme aponta a Nota de Conjuntura desta entidade.
A manifestação também denunciou a proximidade entre o setor financeiro e a alta direção do Banco Central, citando o caso do ex-presidente Roberto Campos Neto, que assumiu cargo no Santander após deixar o BC: “Essa troca de cargos entre o BC e grandes bancos é imoral e compromete a credibilidade da instituição”, afirmou Gabeira.
Com a reunião do Copom desta quarta-feira (18), que está discutindo a manutenção ou ajuste da taxa Selic — atualmente na terceira maior taxa real do mundo —, a pressão dos trabalhadores por uma política econômica voltada aos interesses da maioria da população ganha destaque. A Intersindical reafirma seu compromisso com mobilizações que defendam os interesses da classe trabalhadora, exigindo políticas públicas que promovam justiça social e desenvolvimento sustentável.
Confira o vídeo com a fala de Mané Gabeira:
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