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‘Vamos’ avança no 1º debate sobre a democratização da economia

'Vamos' avança no 1º debate sobre a democratização da economia
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A Intersindical Central da Classe Trabalhadora integrou o primeiro debate sobre a democratização da economia, realizado pela Frente Povo Sem Medo, por meio da plataforma Vamos!, na última terça-feira (12) à noite em São Paulo. Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora falou ao lado dos economistas Laura Carvalho e Luiz Gonzaga Belluzzo, do sociólogo Ruy Braga e de Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Beluzzo abriu o debate dizendo que “economia democrática é fazer com que as pessoas se libertem do jugo do desemprego e da política pela qual o Estado brasileiro investe cada vez menos”.

“O mercado dita a política econômica, redemocratizar significa retirar, pela política, o poder do mercado (que só visa o lucro para poucos). Não tem outro jeito, porque se você for discutir as questões achando que pode convencê-los de que tem razão… não vai dar certo”, explicou o economista.

“Esta crise está ancorada no desemprego selvagem. É preciso fazer com que as pessoas se libertem do desemprego, fazer com que o investimento público se recupere. A teoria econômica prevalecente não cuida de explicar o que está acontecendo e sim de justificar o que eles querem que aconteça, que a gente economize para pagar juros aos credores. Se você liga a Globonews, você só ouve a repetição dessa linha teórica, não podemos ter medo de sair da caixinha”, disse Belluzzo.

Laura Carvalho destacou que os grupos que comandam o país hoje enxergam a democracia como um entrave. “Esse discurso dominante enxerga a democracia como um custo, enxerga o Estado de bem estar e os serviços públicos como entrave ao crescimento e como causa desse colapso econômico”.  “O programa do lado de lá tenta livrar a sociedade das suas próprias escolhas e escolher por elas, para benefício deles poucos”, explica.

“A desigualdade é um entrave para qualquer tipo de crescimento econômico, por isso, a inclusão, não apenas de renda, mas também de serviços públicos, como moradia, transporte, saúde e educação, são fundamentais”, afirmou.

Laura defendeu um Estado que pense, estude e volte a investir, e não apenas receba e execute as demandas do setor privado.

Negociação coletiva

Edson Carneiro Índio, da Intersindical, destacou a necessidade de se buscar a política de valorização do salário mínimo (que cria um efeito cascata para cima, elevando os salários em geral) e fortalecer as negociações coletivas. “Temos que ir no sentido contrário da individualização da relação trabalhador/empresa, precisamos da luta coletiva, da contratação coletiva, da negociação coletiva para a melhoria das condições de vida, para isso precisamos fortalecer o movimento sindical, coisa que o golpismo faz no sentido contrário”.

“Queremos desenvolvimento social, satisfação das necessidades básicas da população com respeito aos limites da natureza, investimento vigoroso em ciência, pesquisa, tecnologia, mas que elas estejam a serviço da humanidade, da classe trabalhadora, do povo brasileiro, e não ser apropriada por aqueles que querem ampliar a exploração, a acumulação e aumentar suas fortunas”, destacou o dirigente.

Já o sociólogo Ruy Braga defendeu a renovação da esquerda. “Não podemos mais ter receio de ter posições de esquerda, a esquerda precisa pensar de um jeito diferente ”.  “Ser de esquerda não é defender investimentos de bancos públicos no agronegócio”.

Bancos públicos

A presidenta do Sindicato dos Bancários, Ivone Silva, ressaltou a importância da existência dos empregos e bancos públicos para viabilizar atividades econômicas que o sistema financeiro privado, que visa apenas o lucro, não faz. “O sistema financeiro só faz especulação, compra os títulos públicos e não aplica no desenvolvimento. Por isso os bancos públicos são importantíssimos para o país.”

Ivone citou a crise mundial iniciada em 2008, em que os bancos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil, tiveram papel fundamental nas políticas anticíclicas desenvolvidas pelo governo brasileiro. “O que estão fazendo é terminar o que começaram na década de 90, privatizando as empresas públicas. Não temos um único banco público em São Paulo. O Banespa era importantíssimo para o interior do estado, para agricultura. E a Nossa Caixa foi incorporada pelo Banco do Brasil. Hoje, os governos municipal (de São Paulo, com João Doria),  estadual (com Geraldo Alckmin) e federal têm o mesmo discurso, que é privatizar tudo.”

Foto: Mídia Ninja


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