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Trabalhadores tomam as ruas contra a direita, o ajuste fiscal e a Agenda Brasil

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INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora

Em manifestação em SP prevalece o tom de repúdio às saídas da direita e de combate ao ajuste fiscal e à Agenda Brasil

Milhares de trabalhadores foram às ruas na noite desta quinta-feira, 20, contra a retirada de direitos e o ajuste fiscal do governo. A manifestação foi uma resposta aos recentes ataques aos direitos dos trabalhadores promovidos pela Câmara dos Deputados e Senado, além das medidas econômicas tomadas pelo governo federal.

“Estamos aqui hoje contra o ajuste fiscal e essa política econômica que está aumentando os juros, cortando investimentos sociais e moradia. Nós não defendemos isso. Viemos dizer também que somos contra a Agenda Brasil, que tem sido levantada como pacto para salvar o país. Mas eles esqueceram de consultar o povo. Esse tal de ‘pacto’, é pacto dos ‘de cima’ contra os ‘de baixo'”, disse Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST.

Edson Carneiro Índio, Secretário-Geral da Intersindical, ressaltou o objetivo do ato: Estamos aqui para combater a movimentação da direita, o ajuste fiscal e a Agenda Brasil. Estamos aqui para dizer que não concordamos com a política econômica, com o aumento da taxa de juros, o desemprego e a recessão”.

Por fim, Índio lembrou que o combate à terceirização é essencial. “Entre os pontos mais lesivos da Agenda Brasil está PLC 30 no Senado que extermina os direitos dos trabalhadores ao instituir a terceirização no Brasil”.

Também no Senado tramitam projetos para a redução da maioridade penal e as tentativas de privatização da Petrobras, a exemplo do projeto de José Serra (PSDB) que entrega o pré-sal ao capital estrangeiro e retira os 50% dos lucros operados pela Petrobras para o financiamento da saúde e da educação.

Além das pautas do governo federal, o ato desta quinta também foi um recado aos tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves para dizer que os trabalhadores são contra a privatização da Petrobras e do Metrô.

Os 18 de Osasco

Outro ponto lembrado por diversas entidades foram as 18 pessoas assassinadas em Osasco (SP) na madrugada da última sexta-feira (14), gerando um contraponto com a manifestação organizada por setores da direita, que não apenas omitiram este importante e lamentável fato, como pediram a retirada de um trabalhador da manifestação por insistir em ressaltar a chacina em seu protesto.

O povo em peso

Partindo do Largo da Batata e indo em direção à Avenida Paulista, centro financeiro do país, a manifestação de ontem contou com a presença de trabalhadores, estudantes, artistas e chamou muita atenção durante o trajeto por conta de sua extensão.

Em São Paulo, o número estimado de participantes foi: 100 mil para os organizadores; 73 mil para a Polícia Militar; 40 mil segundo a Secretaria de Segurança Pública.

Fora Cunha

Neste último semestre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se tornou notório pelas denúncias de corrupção e por ser o responsável por colocar em votação diversas pautas prejudiciais ao conjunto dos trabalhadores. “Ele que encarcerar os filhos da classe trabalhadora, por meio da redução da maioridade penal. Ele é o homem que representa o avanço da terceirização no Brasil”, exemplificou Índio.

Na Câmara, o PL 2016/2015, conhecido como Lei Antiterror, criminaliza os movimentos sociais, institui o controle e a aprovação prévia de manifestações.

Houve também críticas ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que vem capitaneando o maior gasto do governo federal em tempos de crise: o pagamento exorbitante de juros aos banqueiros.

Alguns veículos de mídia preferiram caracterizar o ato como uma manifestação “pró-Dilma”, mas não puderam deixar de registrar as reivindicações dos movimentos ali presentes. Outros taxaram o ato de “protesto ambíguo”, buscando imprimir uma contradição entre ser contra a movimentação da direita e criticar a política econômica do governo.

Pelo Brasil

As manifestações desta quinta-feira também aconteceram em muitas outras cidades pelo país. Leia abaixo um breve informe de algumas das principais localidades que foram às ruas:

Bahia

O ato convocado na Bahia agregou diversas cidades, como Salvador, Juazeiro, Itabuna, Vitória da Conquista, Ilhéus, Barreiras entre outras. Como não poderia deixar de ser a maior ocorreu em Salvador, e reuniu entre 8 e 10 mil pessoas – o maior ato em dois anos, desde o grande ato da Avenida Tancredo Neves nos protestos de junho 2013.

Ceará

O ato ocorreu pela manhã em Fortaleza e reuniu os movimentos sociais e sindicatos de trabalhadores. A manifestação ganhou o apoio dos servidores federais do Ceará e os servidores do INSS. O PT e os defensores do governo Dilma realizaram seus protestos à tarde.

Brasília

Em Brasília, houve ato unificado, convocado para a Praça dos Aposentados (CONIC), às 17h, como na maioria das cidades. Milhares de trabalhadores se reuniram em defesa dos direitos, contra o ajuste fiscal, a Agenda Brasil e as ofensivas da direita.

Pará

Também houve ato unitário em Belém e Altamira, com forte participação dos trabalhadores contra a direita e Agenda Brasil.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, os atos do dia 20 de agosto, foram organizados pela Intersindical Central da Classe Trabalhadora, além de outras centrais, movimentos e partidos, com participação também do Polo Comunista Luiz Carlos Prestes. Cerca de duas mil pessoas participaram do ato na capital Florianópolis e no planalto serrano, militantes do MST e alguns setores urbanos organizaram a ocupação e liberação das cancelas do pedágio da BR-116.

Leia também: Tomar as ruas por direitos, liberdade e democracia! Contra a direita e o ajuste fiscal!

Confira as fotos da atividade em São Paulo:
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