O 1º de Maio Unificado defendeu os direitos de todos os trabalhadores, inclusive os de quem trabalha com aplicativos, MEIs, liberais, autônomos e PJs. A organização do evento estimou que, ao longo do dia, 100 mil pessoas passaram pela praça Charles Miller, diante do portão principal do Pacaembu
Pelo quarto ano consecutivo, as centrais sindicais realizaram ato unificado neste 1º de Maio. O evento foi na Praça Charles Miller, em São Paulo, em frente ao Estádio do Pacaembu, com o lema Emprego, Direitos, Democracia e Vida. Foi o primeiro ato público presencial promovido pela data, após dois anos no formato virtual, em razão da pandemia. Participaram da organização do evento a Intersindical Central da Classe Trabalhadora, CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP Conlutas, Intersindical II e Pública.
O evento contou com a presença de representantes de diversos movimentos sociais e políticos alinhados com as pautas dos trabalhadores. A organização do evento estimou que, ao longo do dia, 100 mil pessoas passaram pela praça Charles Miller, diante do portão principal do Pacaembu, na zona oeste.
“Não será uma eleição qualquer. São direitos contra privilégios. É a democracia contra a barbárie”, afirmou o líder sem-teto Guilherme Boulos, do Psol. “E vocês não tenham dúvidas que vamos derrotar o fascismo. Que este seja o último 1° de Maio com um miliciano na presidência do Brasil, o último com a vigência de uma reforma trabalhista criminosa.” Segundo ele, a partir de agora começa “uma grande campanha para acabar com o atraso e eleger Lula”. A pré-candidatura do petista será lançada no próximo sábado (7).
“Temos que ter esperança num novo amanhã. Porém, temos que entender que nesse momento passamos por um grande desafio e precisamos construir uma grande unidade política. Isso é fundamental para que nossa esperança se torne realidade. Vamos lutar contra os que cultuam o ódio e a violência em nosso país. Precisamos investir em saúde, educação, moradia, ciência e proteção das terras indígenas, nos povos originários, nos quilombolas e meio ambiente”, falou do palco ao público presente Eneida Koury, secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Ainda conforme Eneida, “precisamos criar proteção às empresas públicas, que tem papel fundamental na função social, e ao nosso patrimônio, valorizar os servidores públicos e os serviços públicos. É necessário estabelecer políticas públicas contra a violência contra a mulher, ao racismo, homofobia, de combate à fome e a pobreza. É necessário rever o Teto de Gastos que engessa as políticas públicas, Reforma Trabalhista que gera uma multidão de trabalhadores sem direitos e a Reforma da Previdência que prejudicou aas mulheres e principalmente as mulheres negras”.
Além de consolidar a unidade das centrais, o ato foi um importante momento de fortalecer a luta pela valorização dos direitos, de acordo com os dirigentes. Além disso, unir as vozes das representações da classe trabalhadora, que está sofrendo com a volta de inflação, em especial dos alimentos e dos combustíveis.
Os dirigentes da Intersindical explicaram que nos últimos anos os trabalhadores vêm sofrendo muitos ataques e retiradas de direitos, e somente a união de toda classe trabalhadora conseguirá brecar esse processo e conseguir realizar alguma transformação para derrotar esse governo fascista e os ataques da burguesia. O movimento sindical unificado tem que incluir e tratar dos desempregados, PJs, MEIs, autônomos, profissionais liberais e servidores públicos, enfim, todos aqueles que viram sua renda cair muito nesses últimos tempos em função do desgoverno de Jair Bolsonaro.
Motivos não faltam para mudar!
Os trabalhadores, que produzem a riqueza do país, estão sendo atacados em seus direitos para pagar a conta de uma crise que não produziram. Em um país mergulhado numa profunda crise econômica, política e sanitária, com 11,9 milhões de desempregados, o preço desta crise vem sendo cobrado até agora exclusivamente da classe trabalhadora.
Reforma trabalhista, terceirização irrestrita, programa agressivo de privatizações, leia-se Banco do Brasil, Caixa, Eletrobrás, Correios, desmonte da Petrobrás e etc. Esses são alguns dos ataques que o atual governo, a serviço do mercado financeiro internacional e do empresariado, está impondo ao povo brasileiro.
“Essa crise gerada propositalmente elevou a inflação, a carestia arrasa com as famílias, gás por R$ 140 em média, energia, gasolina, carne, legumes, arroz, feijão, frutas, legumes e hortaliças que não param de subir. Cenoura por R$ 15 o kg. Remédios a preços absurdos, falta de saúde pública para atender a população mais carente, falta de vacinas no início da pandemia que ceifou a vida de mais de 660 mil brasileiros e brasileiras. E Isso vai continuar. Nós é que teremos que frear esse genocídio com nosso voto e saindo às ruas”, diz Ricardo Saraiva Big, secretário geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e secretário de Relações Internacionais da Intersindical Central da Classe Trabalhadora.
Texto: Sindicato dos Bancários de Santos e Região
Foto: Douglas Mansur
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