Três acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) doam cinco toneladas de alimentos em Castro e Ponta Grossa (PR), nesta terça-feira (7). Os alimentos são resultados do cultivo totalmente orgânico nos acampamentos Maria Rosa do Contestado e Padre Roque Zimmermann, em Castro, e no pré-assentamento Emiliano Zapata, em Ponta Grossa.
Em Castro, a doação de três toneladas de alimentos será feitas ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Entre os alimentos, estão hortaliças, batata-doce, mandioca, milho verde e feijão, cultivados por 150 famílias dos dois acampamentos.
Já em Ponta Grossa, duas toneladas de produtos serão doadas ao Banco de Alimentos do Serviço de Obras Sociais (SOS), da prefeitura, entre arroz, feijão, mandioca, pepino e folhas, cultivados por 50 famílias residentes na comunidade Emiliano Zapata.
A iniciativa resulta da ação de solidariedade do MST no Paraná durante a pandemia do novo coronavírus. Em Castro, cerca de 1,5 tonelada de alimentos já foi doada, na forma de entregas avulsas, a mais de 45 famílias carentes moradoras na área urbana, desde 9 de março, como umas das ações contra a crise gerada pela pandemia.
Nos próximos dias, outras ações de solidariedade serão realizadas no estado. No sábado (11), estão previstas doações de alimentos a cerca de 1.400 famílias da ocupação na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) e também a comunidades da periferia de Londrina, no norte do estado.
Acampamentos e assentamentos do Oeste do Paraná também organizam a arrecadação de alimentos nesta quinta-feira (9), para doar aos indígenas Guarani moradores de reservas da região.
Todas as doações integram uma ação coordenada do MST em todo Paraná, que conta com mais de 20 cooperativas do Movimento, conforme afirmou Joabe Oliveira, um dos coordenadores do MST e morador do Acampamento Padre Roque Zimmermann. “Estamos nos solidarizando com os irmãos moradores das cidades. Corríamos o risco do despejo e hoje estamos doando alimentos”, disse Oliveira.
“A pandemia do novo coronavírus agravou a vulnerabilidade social das famílias desempregadas. Como a crise se agravou, a fome é bem latente. A questão alimentar não é só no Brasil, mas no mundo. Cerca de 850 milhões de pessoas passam fome e 2 bilhões comem aquém da necessidade nutricional. Por isso que a reforma agrária tem o papel de cumprir com a tarefa da soberania alimentar”, afirma Célio Rodrigues, um dos coordenadores do MST e morador no Pré-Assentamento Emiliano Zapata
No Paraná, 10 mil famílias vivem em 70 acampamentos do MST e cerca de 25 deles enfrentam o risco do despejo. O estado tem 24 mil famílias assentadas, que moram em 369 assentamentos da reforma agrária.
A Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (Copavi), localizada no assentamento do MST Santa Maria, em Paranacity (PR), doou 60 litros de álcool 70% para o Hospital Municipal Doutor Santiago Sagrado Begga, na última quinta-feira (2). O álcool será usado pelos profissionais de Saúde do município, que já está em quarentena há cerca de 15 dias.
A Copavi atua na produção de alimentos agroecológicos, especialmente com derivados da cana-de-açúcar com marca própria, como açúcar mascavo, melado e cachaça. Inclusive, é para produção da cachaça Camponeses (popularmente conhecida como Camponesa) que a cooperativa utiliza uma destilaria, necessária para a produção do álcool 70.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Leandro Melito e Lia Bianchini
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