Resistir à Privatização! Todo Apoio ao Sintrasem e à Greve das(os) servidoras(es) de Florianópolis!
A greve em curso no serviço público de Florianópolis tem vários motivos, mas o que unificou a direita que está na prefeitura e também em outras instituições do Estado é o fato de que é uma greve declaradamente contra a privatização dos serviços públicos municipais. O prefeito Topázio Neto admite que sua proposta de entregar a UPA Norte (Unidade de Pronto Atendimento do Norte da Ilha, situado no bairro de Canasvieiras) e a UPA Sul (no rio Tavares) para uma “organização social” de direito privado foi o que provocou a greve, porque, segundo o prefeito, “o sindicato quer se meter na gestão da cidade”.
Também por isso, merece destaque positivo a postura do Sintrasem! Os sindicatos devem mesmo se posicionar sobre todos os assuntos importantes para a sociedade, em todas as esferas. E entregar atribuições públicas, total ou parcialmente, para grupos privados é um assunto do máximo interesse público. Logo, é totalmente legítima a postura da categoria de servidoras e servidores de Florianópolis em defesa dos serviços públicos, contra a entrada de organização social nos serviços municipais.
Vale destacar que “organização social” é um nome bonito para tentar camuflar a privatização. Embora leis específicas viabilizem essa prática no Brasil desde o final da década de 1990, não temos dúvidas de que significa a deturpação dos princípios constitucionais da licitação e do concurso público, dentre outros. Não é por acaso que nas últimas décadas abundam episódios de corrupção na saúde e na educação gerida por organizações sociais, sem citar abusos de poder dos patrões, como atrasar salários, deixar de pagar 13°, manter salários miseráveis, coagir e chantagear politicamente trabalhadores e trabalhadoras.
É absolutamente falso que transferir atribuições públicas para grupos privados faz agilizar e melhorar os serviços, tornando-os mais baratos para o erário. Na maioria dos casos onde foram impostas as organizações sociais, os serviços pioraram, o custo por atendimento ficou mais caro, sem falar dos inúmeros episódios de corrupção praticados por agentes privados usando dinheiro público.
Portanto, o prefeito de Florianópolis está errado, e o Sintrasem, dirigindo trabalhadoras e trabalhadores municipais, está completamente certo e a greve tem toda legitimidade.
Nós da Intersindical Central da Classe Trabalhadora apoiamos a greve dos servidores e servidoras municipais de Florianópolis na integralidade da sua pauta. E aplaudimos em especial pela firmeza com que defende o serviço público municipal.
Florianópolis, 05 de junho de 2023.
Intersindical Central/SC
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