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AUMENTAR A TAXA DE JUROS É UM CRIME CONTRA O POVO BRASILEIRO

Imagem: Comunicação da Intersindical
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A Reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) dos dias 17 e 18 de setembro decidiu por unanimidade aumentar a taxa Selic (juros) de 10,50% para 10,75%, uma alteração de 0,25% e mantêm o Brasil como a segunda maior taxa de juros real do mundo (7,33%), atrás apenas da Rússia que encontra-se em guerra.

Os motivos apresentados na nota do COPOM para justificar esse aumento são extremamente subjetivos, e destacam o temor que a taxa de inflação atual no Brasil ( que está em 4,5% a.a) não esteja em sincronia com as expectativas de sua regressão nos próximos 2 anos, e portanto aumentar a taxa de juros significaria, em tese, proteção quanto a um aumento súbito da inflação.

A outra justificativa, considerando o cenário externo, seria “em função do momento de inflexão do ciclo econômico nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed” (grifo nosso), diz a nota Banco Central (BC). Ou seja, a política de juros altos, que desencorajam o investimento produtivo e que afeta os 200 milhões de brasileiros e brasileiras, está baseada em uma “dúvida” de um grupo seleto de 9 economistas membros do Comitê. Em geral, considera-se a taxa de juros dos EUA para estabelecer a nossa, em razão da disputa por capitais externos, quanto maior a taxa de juros estadunidense, menos capitais externos vem para o Brasil. A literatura econômica da área sugere que o Brasil pratique uma taxa de juros, 4 pontos acima da praticada nos EUA, e com isso permaneça atrativo para capitais externos sem condenar o investimento na capital na economia real do país.

O que a nota não diz é que o FED (instituição correspondente ao BC nos EUA), também no dia 18, cortou em 0,5% a taxa de juros americana, que caiu para 4,75% ao ano, ou seja, na contramão do que os “especialistas” do COPOM indicam. Os juros reais dos EUA estão em 0,98 % ao ano, uma tentativa de aumentar o investimento produtivo; em outras palavras é mais lucrativo investir dinheiro em alguma atividade da economia real dos EUA do que tentar especular no mercado financeiro, o que é exatamente o oposto do que está acontecendo no Brasil, onde participar da “festa da especulação” é muito mais vantajoso do que permanecer produzindo e gerando emprego.

No entanto, é preciso dizer que a posição do COPOM responde aos interesses das Faria Lima, dos bilionários do setor financeiro, que permanecem sabotando deliberadamente o desenvolvimento nacional, a política industrial e o emprego.

Uma taxa de juros tão alta significa uma tragédia para as famílias trabalhadoras, que além de se submeterem a empregos precários e de baixa remuneração ainda são forçadas a se endividarem e alimentar o apetite dos bancos.

Esse patamar abusivo de juros freia o crescimento econômico ao desestimular o investimento produtivo, e em especial o industrial, que é estratégico para o desenvolvimento econômico, social e a conversão produtiva para a economia verde e sustentável. É necessário aproveitar do enorme potencial humano e natural que nosso País dispõe e hoje se encontra subutilizado por essa política econômica do Banco Central.

Juros altos são um instrumento de sabotagem do projeto do Governo Lula que se elegeu mobilizando a esperança da maioria dos brasileiros e brasileiras por um futuro melhor, com mais e melhores empregos, com mais direitos e democracia. E ainda saqueia os cofres públicos, na medida que retira no pagamento de juros da dívida pública um volume de recursos gigantesco, que poderia ser utilizado para garantir políticas públicas para toda a população.

A Intersindical Central da Classe Trabalhadora repudia o aumento da taxa de juros feito pelo COPOM, no último dia 18 e conclama as organizações sindicais e populares a dizer não a política de Campos Neto, que tanto tem prejudicado nosso país, em especial os mais pobres.

 

Chega de juros altos!

Chega de Campos Neto!

Juros altos é um crime contra o povo e o país!

 

São Paulo, 20 de setembro de 2024

Direção Nacional da Intersindical

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