Banco do Brasil inicia descomissionamento nesta quarta em meio a nova paralisação

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Bancários e bancários fazem nova paralisação nesta quarta, 10, em protesto ao desmonte do Banco do Brasil. A direção do banco tem sido intransigente e se recusa a rever o processo de reestruturação iniciado em janeiro

Nesta quarta-feira, 10, bancários e bancárias do Banco do Brasil fazem nova paralisação de 24 horas em protesto à reestruturação do banco, iniciada no dia 11 de janeiro – a primeira paralisação de um dia aconteceu no último dia 29. O processo de reestruturação impôs a demissão de mais de cinco mil funcionários, o fechamento de 361 unidades (entre agências e postos de atendimento) e o descomissionamento dos caixas e de outros bancários que exercem funções comissionadas. Os representantes da Contraf e do banco seguem em negociação nesta terça-feira, 09. Mas até o fechamento desta matéria prevalecia o impasse (veja mais informações neste texto).

“Estamos em um momento decisivo. A hora é agora. É muito importante que os bancários e as bancárias do BB se engajem definitivamente na luta”, enfatiza a diretora do Sindicato dos Bancários/ES Goretti Barone. A dirigente destaca que a paralisação de amanhã coincide com o início do descomissionamento anunciado pelo banco. “Mais um motivo para estarmos todos mobilizados na paralisação de amanhã [quarta]. É dia de todo mundo se vestir de preto em repúdio a esse processo de reestruturação que é um acinte aos trabalhadores”.

Descomissionamento

Goretti diz que além do descomissionamento dos caixas, diversos outros bancários que exercem funções comissionadas em gerências médias também estão com as comissões ameaçadas a partir desta quarta-feira. Segundo ela, os funcionários comissionados de unidades que estão fechando ou mudando de perfil, se transformando em lojas, também estão na iminência de perder as comissões.

“A reestruturação não afeta apenas os caixas, mas a todos os funcionários que recebem comissão. Por isso a luta é de todos e todas, sem exceção. Não podemos perder de vista que o processo de reestruturação é só uma etapa do projeto de desmonte do banco, que está sendo conduzido pela equipe econômica chefiada pelo ministro Paulo Guedes, com o aval do presidente Bolsonaro”. Ela assinala ainda que ataque que atinge hoje os funcionários do BB foi pavimentado pela reforma trabalhista.

BB atropela

A dirigente diz que a direção do BB perdeu todo o respeito com seus funcionários. “O banco está deliberadamente atropelando seus funcionários”. Goretti conta que na última sexta (5), diversos gerentes de módulos (gemodes) que atuam no Espírito Santo, receberam um prazo exíguo para se manifestarem quanto à transferência. “Imagine a situação do funcionário que recebe um ultimato nesses termos: ‘você tem meia hora para escolher a unidade para qual pretende ser transferido’. É muito abusivo por parte do banco impor que o funcionário dê uma guinada de trezentos e sessenta graus em sua vida em 30 minutos. Detalhe, a maioria tinha de escolher entre destinos fora do Estado. É esse atropelo que o banco chama de reestruturação”, critica Goretti.

Mais de 5 mil demitidos

É por meio dessa estratégia desumana de pressão que a direção do banco impôs a adesão ao Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e ao Programa de Desligamento Extraordinário (PDE). Nesta segunda-feira, 08, o banco comunicou fato relevante ao mercado informando que 5.533 funcionários foram desligados por meio dos dois programas.

Essa marca, segundo Goretti, foi alcançada devido a esse ambiente de pressão criado pelo banco. “Isso é assédio na sua versão mais perversa. Esses funcionários que aderiram aos programas, em sua maioria, não o fizeram espontaneamente, muitos acabaram não resistindo à pressão. Por isso, repito o que venho dizendo nas últimas plenárias. Não vamos sair dessa cilada chamada de reestruturação individualmente. A luta tem de ser coletiva. Juntos nos tornamos coesos e fortes”.

Impasse

Nessa segunda-feira, 08, houve uma reunião entre representantes da Contraf e do BB mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A Contraf exigiu a suspensão do descomissionamento de caixas e informações sobre o processo de reestruturação. Mais uma vez, o banco não apresentou nenhuma informação sobre a reestruturação e tampouco se comprometeu em suspender o processo enquanto as negociações estiverem em andamento.

Nesta terça, 09, houve nova rodada de negociação com o BB. Na primeira parte da reunião, o banco apresentou uma proposta de prorrogação de 30 dias no processo de retirada da gratificação dos caixas, mas condicionou a proposta à assinatura por todas as entidades do acordo de compensação de horas em decorrência da pandemia e do Acordo de Comissão de Conciliação Prévia (CCP), ambos já em negociação com a Contraf. O banco também exige a retirada de ações judiciais em andamento contra o banco.

A Contraf recusou a proposta do BB. O secretário-geral da Contraf, Gustavo Tabatinga, disse que a entidade não vai aceitar que o banco condicione a proposta a questões que não têm nenhuma relação com a reestruturação. Ele destacou ainda que o banco só aceita prorrogar a gratificação por 30 dias.

Na reunião, o banco se recusou a listar as agências que serão fechadas, mantendo os trabalhadores e toda a comunidade dos municípios que devem ser atingidos apreensivos.

As negociações serão retomadas ainda nesta terça-feira.

Fonte: Sindicato dos Bancários do Espírito Santo

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