Na próxima segunda-feira (07) a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília (DF) realizará uma conversa com o tema Os povos indígenas no contexto de violação de direitos humanos no Brasil.
O evento contará com a participação de Eliseu Lopes Guarani Kaiowá, membro da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e Cleber Buzatto, secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
Com início às 19 horas, “Conversas de Justiça e Paz” ocorrerá no auditório Dom José Freire Falcão, anexo da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, Brasília.
O convite estende-se a toda comunidade.
O recrudescimento da violência contra os povos indígenas, a falta de demarcação de suas terras, os problemas orçamentários enfrentados atualmente pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o progressivo sucateamento dos serviços de saúde indígena, as investidas legislativas de supressão de direitos, entre outros fatores têm levado o movimento indigenista brasileiro a reforçar suas alianças e aumentar sua mobilização cidadã.
Recentemente, no dia 22 de junho, uma delegação de 24 adolescentes e jovens Guarani Kaiowa foi recebida pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmem Lúcia.
Em resposta aos anseios dos jovens e adolescentes, Carmem Lúcia afirmou estar acompanhando a situação das demarcações e homologações das terras indígenas.
“Vou tentar ajudar para que a esperança de vocês não morra. O Judiciário está cada vez mais atento a essa realidade”, afirmou a ministra.
Em outra frente de mobilização, a delegação Guarani Kaiowá foi recebida em audiência pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Eliseu Lopes, membro do conselho Aty Guasu, questionou a atuação do estado brasileiro na efetivação das políticas indígenas. “No passado, pedíamos 10% do que era o nosso território. Agora, estamos querendo apenas 0,2% dessa área para nossa sobrevivência. Não queremos vender a mãe-terra”, ressaltou.
Eliseu Lopes Guarani Kaiowá partilhará as lutas dos povos indígenas no evento do dia 7, próxima segunda-feira.
Na audiência que concedeu em fevereiro aos representantes dos povos indígenas presentes em Roma (Itália), por ocasião do 3º Fórum de Povos Indígenas, o papa Francisco pediu aos governos que respeitem, valorizem e consultem os povos indígenas. “Creio que o principal problema está em como conciliar o direito ao desenvolvimento, incluindo também o tipo social e cultural, com a proteção das características próprias, dos indígenas e seus territórios”, disse.
O Pontífice também pediu que se reconheça o papel das populações indígenas em uma sociedade global e em transformação. “Um segundo aspecto se refere à elaboração de diretrizes e projetos que tenham em conta a identidade indígena, que prestem uma atenção especial aos jovens e às mulheres. Inclusão, e não apenas consideração”, ressaltou.
Francisco afirmou que os governos precisam reconhecer que as comunidades indígenas são uma parte da população que deve ser valorizada e consultada; ter plena participação, local e nacional.
Lamentavelmente, a mensagem papal tem sido não apenas desconsiderada, mas parece não encontrar resposta digna por parte de agentes públicos e privados quando o assunto é a garantia dos direitos dos povos indígenas no Brasil.
O que: “Conversas de Justiça e Paz”
Tema: Os povos indígenas no contexto de violação de direitos humanos no Brasil
Data: 07 de agosto, próxima segunda-feira
Local: auditório Dom José Freire Falcão, anexo da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, Brasília (DF)
Informações/confirmações de presença: (61) 3223 3512 / 3213 3335
Fonte: CIMI
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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