Resolução: Construir a unidade e organização para a greve geral

Imagem: Comunicação da Intersindical
Compartilhe:

Construir a unidade e organização para a greve geral. Nenhum direito a menos. Fora Temer.

O governo ilegítimo de Michel Temer, instalado por meio de um golpe de Estado, e sua maioria no Congresso Nacional, aprofundam os ataques aos direitos sociais, à democracia e à soberania nacional. A ofensiva brutal da agenda golpista visa transferir ao grande capital rentista os recursos públicos, mais renda do trabalho e os recursos naturais, a partir do aprofundamento da exploração sobre a classe trabalhadora, do desmonte do serviço público, a drástica redução do papel social do Estado e a entrega das riquezas do país, como o pré-sal para as multinacionais.

A PEC 241 se configura como uma desconstituinte. Destrói as possibilidades de o Brasil garantir serviços públicos suficientes na saúde, educação e demais áreas sociais, além de por fim a fundamental política de valorização do salário mínimo. Temer congela os recursos para as políticas públicas para liberar mais dinheiro para o rentismo parasitário que suga o orçamento através dos juros e das amortizações da dívida pública.

As prometidas reformas da previdência e trabalhista, o projeto da terceirização, o amplo processo de privatização, entre outros projetos regressivos, demonstram que o grande capital e a direita, no Brasil e no centro do império norte-americano, aceleram os desdobramentos do golpe contra o povo brasileiro.

Além dos ataques aos direitos, está em curso uma escalada repressiva. A quebra da institucionalidade se apresenta de diversas maneiras. Ampliação do caráter seletivo da justiça, da repressão aos movimentos sociais, dos conflitos pela terra na cidade e no campo, reforma do ensino médio, censura e mordaça à educação são desdobramentos do Estado de exceção em curso.

De outra parte, o governo golpista revela que a promessa de retomada do crescimento econômico não passou de demagogia para usurpar o poder e aprofundar as políticas neoliberais, pois o desemprego se amplia, retorna o arrocho salarial e a redução do poder de compra dos salários, assim como o endividamento das famílias, o que reflete na deterioração das condições de vida da classe trabalhadora. A despeito disso, os setores conservadores, golpistas e neoliberais saíram fortalecidos do recente processo eleitoral.

Neste momento, as ocupações de escola pela juventude, bem como das Universidades e Institutos Federais apontam que a resistência social será ampla e radicalizada. Eis o caminho para barrar a agenda regressiva do golpe, nada podemos esperar de um Congresso formado em sua maioria por uma casta política privilegiada e anti-popular.  

A Frente Povo Sem Medo, em unidade com outros setores sociais, intensifica as mobilizações de rua. Diversas organizações se articulam para a construção de uma greve geral.  É fundamental a construção da unidade efetiva e sincera dos movimentos sociais, em particular das centrais sindicais, para barrar a agenda do golpe.        

Diante desse quadro, a Direção Nacional da Intersindical orienta as entidades, organizações e militantes que constroem nossa central a:

1- barrar a aprovação da PEC 241 na votação prevista para acontecer nos próximos dias. Para isso, devemos organizar a pressão sobre os deputados federais em Brasília e em suas bases, além de realizar massivas manifestações em todo o país;

2- construir a mobilização e realizar fortes paralisações dos locais de trabalho e de circulação nos dias 11 e 25 de novembro;

3- defender a realização de um grande Encontro da Classe Trabalhadora em defesa dos direitos e contra a agenda do golpe;

4- participar das atividades convocadas pela Frente Povo Sem Medo e fortalecer seus eixos de luta;

5- apoiar e estimular a luta das juventudes e toda iniciativa em defesa da educação, da saúde e dos direitos sociais;

6- envolvimento na campanha latino-americana de combate ao feminicídio conjuntamente com a Federação Sindical Mundial (FSM) a partir da construção de atos, greves e iniciativas de comunicação;

7- construir o encontro dos povos no campo no primeiro semestre de 2017 como um espaço de aglutinação das diversas experiências de resistência e produção e de aprofundamento do caráter da Intersindical em seu objetivo de organizar a classe trabalhadora de maneira ampla e nas suas mais diversas formas de organização.

 

São Paulo, 23 de Outubro de 2016.

Direção Nacional da Intersindical Central da Classe Trabalhadora

Acha esse conteúdo importante? Entre em nosso grupo de WhatsApp ou inscreva-se para receber nossa Newsletter

Comente esta publicação

Acompanhar a discussão
Notificar de
1 Comentário
Mais antigos
Mais recentes Mais votados
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
INTERSINDICAL Central da Classe Trabalhadora | 2024 Sede Nacional: Rua Riachuelo, 122 - CEP: 01007-000 | Praça da Sé - São Paulo - SP | Fone: +55 11 3105-5510 | E-mail: [email protected] Sindicatos e movimentos sociais. Permitida a reprodução dos conteúdos do site, desde que citada a fonte. Esse site é protegido por reCAPTCHA. Políticas de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam
Pular para o conteúdo