O domingo (31) foi marcado por uma série de atos contra o golpe e o ilegítimo governo de Michel Temer em diversas cidades do país. Em São Paulo, mais de 40 mil pessoas ocuparam o Largo da Batata e caminharam rumo ao escritório político e as imediações da residência do presidente interino.
Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, ressaltou a necessidade de se construir uma unidade dentro da esquerda “para fazer frente a esse governo que representa o capital internacional e corrupto que se apropriou do poder”. “Esse golpe é para dizimar o direito dos trabalhadores, aprovar a terceirização, entregar o pré-sal e aumentar a opressão sobre o povo”, afirmou Índio, sob fortes aplausos.
Guilherme Boulos, líder do MTST, lembrou que não se trata apenas do golpe e sim do projeto do golpe. “O que quere nos impor é o retrocesso de mais de 30 anos, fazer o povo trabalhar 80 horas, querem que povo se aposente só no caixão”, discursou.
Sobre que acontecia paralelamente na Av.Paulista em defesa de Temer, Boulos lembrou que a baixa adesão mostra que muitos dos que tomaram a avenida, meses atrás, perceberam sofreram que foram vítimas de um estelionato midiático. “Levaram o povo a crer que iam acabar com a corrupção quando na verdade acabaram colocando quadrilheiros no poder”, disse.
→ É hora de lutar e resistir contra a aprovação do PLP 257/16
O ex-senador Eduardo Suplicy foi homenageado por sua luta, na semana passada, durante uma ocupação em São Paulo que culminou com sua detenção pela Polícia Militar, e defendeu a presidente afastada Dilma Rousseff, dizendo que ela não cometeu crime de responsabilidade.
Os deputados federais Luiza Erundina e Ivan Valente, do Psol-SP, compareceram. “Eu lutei como muitos que aqui estão contra a ditadura militar. Fomos expulsas do Nordeste porque defendíamos a reforma agrária e a democracia”, discursou Erundina. Ela conclamou a população a ir às ruas defender a democracia e pedir a saída de Temer.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) enfatizou o papel da mídia no golpe. “A Rede Globo demorou 50 anos para pedir desculpas pelo golpe de 1964. Vamos ver quanto tempo vai levar para se desculpar pelo golpe que está promovendo agora”.
Fora do Brasil foram realizados protestos contra o governo golpista de Michel Temer. Em Lisboa, a praça do Rossio foi tomada por bandeiras do Brasil e de Portugal. O ato foi marcado por um pequeno cordão humano com as pessoas enquadradas por uma faixa “Golpe nunca mais, fora Temer”.
Comentários