INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
Os cerca de três mil funcionários do Estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, foram surpreendidos nesta segunda-feira (14) com os portões da empresa lacrados e uma carta de demissão ao chegarem ao local de trabalho.
A empresa do megaempresário German Efromovich justifica que o corte de pessoal é consequência dos impactos da recessão econômica e da Lava-Jato “que paralisou as atividades da indústria naval e de offshore”.
Em julho deste ano, o Estaleiro Mauá, também de propriedade de German Efromovich, demitiu 3,3 mil funcionários e fechou as portas. Até hoje os trabalhadores não receberam suas indenizações e rescisões contratuais. A empresa alega não ter recursos financeiros para honrar o compromisso com os trabalhadores.
“Nestes cinco meses sem receber teve trabalhador que se suicidou, se separou da mulher, foi preso por não pagar pensão alimentícia e que perdeu a casa, só desgraça acontecendo, enquanto o German Efromovich, que já é dono da Avianca, alegava não ter dinheiro, mas tentava comprar a TAP de Portugal”, relata José Batista Júnior, dirigente sindical da categoria e da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, conhecido como Júnior Metalúrgico.
Indignados, os metalúrgicos do Eisa Ilha caminharam em uma manifestação até o Aeroporto Galeão. Nesta terça-feira (15) também houve protesto nos balcões da Avianca contra o calote de German Efromovich sobre os trabalhadores demitidos.
Os metalúrgicos do Eisa Ilha se reúnem hoje às 15h para discutir as rescisões. Os demitidos podem ficar sem receber direitos como 13° salário, multa e férias, além do reajuste salarial de 9,8%, que é retroativo ao mês de outubro e ainda não foi pago. “Essa história de demissão e calote já aconteceu no Eisa Petro Um, lamentavelmente o mesmo deve se repetir no Eisa Ilha”, denuncia Júnior Metalúrgico.
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